Como reconhecer o vício em compras

"Quando estou com dinheiro, não consigo deixar de gastar", "às vezes compro coisas que tenho certeza de que não irei usar", "tenho vergonha de contar para as pessoas sobre certas compras que faço". Se você diz ou conhece alguém que diga frases como essas é possível que se trate de um viciado em compras. A doença também não é uma exclusividade de pessoas das classes mais altas, podendo afetar membros de todas as classes sociais.

Características do viciado

A principal característica de um viciado em compras é o consumo abusivo por um longo período. Além disso, o vício traz consequências negativas para o portador que, mesmo assim, mantém a prática.

O problema costuma se iniciar com pequenas dívidas no cartão de crédito até que ela cresça em tal proporção que a pessoa não tem condições mínimas de quitar seu débito. Em média, 3% dos viciados em compra chegam a essa situação de perda total do controle sobre suas finanças.

Por fim, o consumidor abusivo tende a justificar suas compras em excesso como forma de melhorar sua autoestima. Há também uma ideia, impregnada na sociedade, de que a posse de certos produtos é um símbolo de status social, o que faz com que muitas pessoas associem sua compra com o sucesso pessoal.

Homens e mulheres

Ainda que se imagine que o vício em compras acometa em maior número as mulheres, a verdade é que os homens também sofrem desse vício em igual medida. A diferença principal está nos objetos comprados. Mulheres preferem cosméticos e roupas enquanto homens optam por aparelhos eletrônicos. Além disso, mulheres apresentam maior gosto por ir às compras, mas isso não as torna obrigatoriamente viciadas.

Idade também atua no vício

As gerações mais jovens tendem a ser mais consumistas e compulsivas na hora de comprar do que pessoas mais velhas. Por conta disso, o número de adolescentes e jovens ainda fora ou entrando no mercado de trabalho já endividados aumenta cada vez mais, principalmente pela segurança que muitos deles encontram em pais e parentes.

Reconhecendo o problema

Como qualquer outro vício, os compradores compulsivos podem se recuperar do problema e, para isso, é fundamental que o portador reconheça sua dependência. Na sequência, é necessário procurar ajuda profissional para que sejam postas em prática técnicas de controle dos impulsos. Em casos muito graves, o psicólogo pode ser auxiliado por um médico que receite medicamentos.

Também é importante perceber que o viciado, nos estágios mais avançados da compulsão, sofre com sentimentos de culpa por suas compras. Portanto, se você gasta dentro do seu orçamento, se sente feliz com suas compras e usa o que adquire, é possível que você seja um pouco consumista, mas não um viciado.

Foto: © dolgachov - 123RF.com

CCM Saúde é uma publicação informativa realizada por uma equipe de especialistas de saúde.
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