No Brasil, o aumento de 40% no consumo de benzodiazepínicos chamou atenção de especialistas para o possível abuso destas substâncias. A maioria dos consumidores não sabem que o uso prolongado de benzodiazepínicos causa dependência. Estas drogas, que atuam no sistema nervoso central, possuem propriedades ansiolíticas, anticonvulsivas e hipnóticas e são amplamente utilizadas no tratamento de distúrbios do sono e ansiedade.
Existem vários grupos de benzodiazepínicos: benzodiazepínicos ansiolíticos (Vératran®, Oxazepam®), benzodiazepínicos hipnóticos (Rohypnol®), benzodiazepínicos anticonvulsivos (Rivotril®, Valium®, Urbanil®) e benzodiazepínicos sedativos anti-H1 (Atarax®).
Os riscos do uso de benzodiazepínicos e medicamentos relacionados durante um período de vários meses são sonolência diurna, quedas e acidentes, assim como diminuição da memória. O risco de dependência também é muito importante.
Apesar das recomendações estipularem um limite para o consumo destes benzodiazepínicos, muitas pessoas consomem por meses ou mesmo por muitos anos. Estudos científicos já comprovaram que efeitos colaterais deste medicamento podem surgir apenas com poucas semanas de uso.
A duração recomendada para o tratamento de benzodiazepínicos e medicamentos relacionados é de poucos dias para a insônia severa ocasional a quatro semanas para insônia severa transitória.
A duração recomendada do tratamento de benzodiazepínicos e medicamentos relacionados é de oito a doze semanas para o tratamento de manifestações graves e/ou incapacitantes de ansiedade.
Pessoas são consideradas capazes de descontinuar o tratamento de benzodiazepínicos e medicamentos relacionados se elas estiverem motivadas a fazê-lo, se não possuem histórico de complicações para parar com medicamentos e podem ser monitorizadas regularmente por um profissional de saúde.
Devemos dizer ao paciente que a interrupção pode durar de três meses a um ano, às vezes até mais, se necessário.
As indicações para a prescrição de benzodiazepínicos e medicamentos relacionados e sua manutenção devem ser avaliadas caso a caso e de acordo com a situação médica, psicológica e social do paciente. De fato, o ritmo e o período da interrupção podem ser adaptados para cada pessoa.
A interrupção do tratamento deve sempre ser gradual, ao longo de um período de algumas semanas a vários meses.
É essencial consultar o seu médico durante a semana seguinte à interrupção do tratamento e considerar ter um acompanhamento regular por até 6 meses.
Mesmo que o objetivo seja parar de consumir os benzodiazepínicos e medicamentos relacionados, o que às vezes é difícil de obter, conseguir diminuir a dosagem já é muito positivo.
Foto: © pressmaster - Shutterstcok.com.