Os fatores psicológicos atuam de maneira mais ou menos importante sobre o ganho de peso. Infelizmente, esse aspecto não costuma ser levado em conta quando se começa um regime. Dispostas a tudo para perder alguns quilos, muitas pessoas iniciam dietas nada recomendáveis do ponto de vista do bem-estar físico e mental. Antes de tudo, é indispensável avaliar suas fragilidades para se ter todas as chances de sucesso e evitar o risco de não perder os quilos desejados ou recuperar o peso após o fim do regime.
É preciso que a pessoa se encontre em um bom estado psicológico. De preferência, evite começar um regime durante um período de estresse no trabalho ou em casa. Além disso, procure estar em boas condições físicas e sem uma série de pendências no trabalho. Por fim, busque outras fontes de prazer durante a dieta, como praticar um esporte, para compensar a frustração causada pela restrição alimentar e tenha confiança em você.
A dimensão psicológica está permanentemente presente no ganho de peso, tanto em suas origens quanto em suas consequências.
Estresse, depressão e ansiedade podem aumentar o apetite e ocasionar ganho de peso em certos indivíduos ou diminuir a sensação de fome em outros. Muitas pessoas constantemente estressadas ou ansiosas comem para sentir prazer e se acalmar. Pesquisadores já demonstraram que o estresse representa um fator de risco para a obesidade. Em situações de nervosismo, o hipotálamo produz uma substância que aumenta a absorção de gordura no corpo. Manter uma alimentação equilibrada é fundamental para perder peso, mas levar uma vida menos estressante, praticar um esporte e aprender a relaxar também são atitudes primordiais para que um regime corra da melhor maneira possível.
Não compreender as razões do seu ganho de peso pode colocar em risco o sucesso da sua dieta. Se seus problemas psicológicos não estiverem resolvidos, uma interrupção do regime fará a vontade de comer voltar imediatamente e, com ela, os quilos perdidos. Entre as situações que provocam alimentação em excesso estão os momentos de raiva, frustração, insatisfação, inibição, timidez, sentimento de culpa e fracasso, no trabalho ou em casa.
A maneira como fomos alimentados durante a infância pode influenciar nossa relação com a comida na vida adulta. Assim, uma criança estimulada a comer muito por seus pais pode, na fase adulta, desenvolver hábitos alimentares compulsivos e comer em grandes quantidades para sentir prazer. Se essa pessoa não decifra esse mecanismo com ajuda profissional, ela terá dificuldades de passar a comer de modo diferente, perder seus maus hábitos e aceitar a frustração de comer menos tornando a dieta ineficaz. A consulta a um psicológico pode ser indicada para certas pessoas que pretendem perder peso.
Em certas pessoas, ganhar alguns quilos pode ocasionar um forte estresse e formas mais ou menos graves de depressão, situações que agravam ainda mais o ganho de peso. Pessoas acima do peso não se sentem desejadas e não são satisfeitas com a sua imagem. Algumas inclusive se envergonham do próprio corpo e não tem coragem de usar certas roupas. Isso acontece, fundamentalmente, com obesos, mas também com quem tem apenas alguns quilos a mais. A ditadura da magreza imposta pela mídia tem participação importante nesses casos. Ela não leva em conta certas fragilidades psicológicas dos indivíduos que tornam as dietas difíceis e agravam condições psicológicas já abaladas. Com isso, a eficácia do regime fica em risco.
Às vezes, é necessário buscar ajuda profissional para descobrir as causas psicológicas do ganho de peso. Essa abordagem já faz parte do plano de ação de dietas para pessoas que sofrem de obesidade. A psicoterapia pode auxiliar no controle dos impulsos e na vontade de comer com frequência. Já existem diversas técnicas que permitem a mudança de comportamentos alimentares. O mais importante é que o paciente, com ou sem consulta a um psicólogo, se sinta pronto para começar um regime.
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