A fertilização in vitro, também chamada de FIV, resulta da fecundação do óvulo por um espermatozoide visando a formação de um embrião. A FIV consiste na reprodução em laboratório daquilo que se passa naturalmente nas trompas de Falópio.
A fecundação acontece fora do corpo da mulher, com o auxílio de uma proveta. Daí vem o nome bebê de proveta para as crianças nascidas através do método. Ela é feita em provetas sintéticas que possuem uma composição de culturas muito próxima da observada nas trompas e que são produzidas e controladas pela indústria farmacêutica.
No Brasil, cerca de 30 mil mulheres realizam procedimento de fertilização in vitro por ano. Contudo, os altos custos produzem uma demanda reprimida estimada em outras 120 mil mulheres. Em média, a taxa de sucesso do tratamento é de 22%. A taxa de sucesso do tratamento cai a 12% em mulheres com 38 anos, 9% aos 40 e 6% aos 42 anos.
Os tratamentos de estimulação ovariana promovem o estímulo da ovulação a fim de que muitos folículos do ovário entrem em maturação para permitir a fecundação. Dosagens hormonais são feitas a cada dia em um mesmo laboratório para avaliar a qualidade da secreção hormonal dos folículos. Assim, é possível sondar a resposta ao tratamento e controlar o crescimento folicular. O início da estimulação é feito quando o número e o tamanho dos folículos são satisfatórios e as dosagens hormonais, suficientes. Uma injeção do hormônio HCG é efetuada de 34 a 36 horas antes da punção dos ovócitos. O médico aspira os folículos já instalados na parede do útero.
A punção dos folículos é feita durante hospitalização de algumas horas. Em seguida, os folículos são conservados numa cultura na qual de cinco a 10 ovócitos serão recolhidos e armazenados numa incubadora a 37 graus Celsius. O esperma do parceiro é recolhido no mesmo dia da punção dos folículos. Também é possível o uso de esperma do companheiro previamente congelado ou de um outro doador.
O esperma é tratado para a seleção dos espermatozoides mais aptos. Ovócitos e espermatozoides são colocados numa cultura favorável à sua sobrevivência e voltam para a incubadora a 37 graus. Após 48 horas, o ovo já fecundado se torna um embrião e pode ser transferido para o útero. São obtidos diversos embriões e dois ou três são colocados no útero. Os outros serão congelados para uma transferência seguinte se o casal desejar.
A FIV é indicada para casos em que houve insucesso com método de inseminação artificial, mulheres com alterações ou ausência das trompas, casos de endometriose, infertilidade masculina, dificuldade de penetração dos espermatozoides no muco cervical, sequelas de gravidez ectópica, intervenção cirúrgica ou infecção, esterilidade de origem desconhecida, gravidez múltipla (de gêmeos, trigêmeos etc.), Síndrome de Hiperestimulação provocada por medicamentos de indução da ovulação, entre outros.
A técnica de procriação assistida visa ajudar casais estéreis a obter uma gravidez. Para isso, é necessário buscar um centro de reprodução. O tamanho do centro deve ser levado em conta já que espaços maiores tendem a ter taxas mais elevadas de sucesso da fertilização. Durante as consultas preliminares, o médico responsável pelo procedimento deve detalhar à paciente toda a técnica que será empregada na tentativa de fertilização in vitro, preveni-la dos riscos de fracasso do procedimento e abordar alternativas à FIV, especialmente quanto aos canais de adoção de crianças. É necessário também que o profissional obtenha o consentimento por escrito dos futuros pais.
As chances da mulher engravidar por FIV são estáveis, entre 22% e 23%. A taxa de sucesso aumenta a cada nova tentativa até a quarta ou sexta fecundação. Em cerca de 20% dos casos de FIV, ocorre o nascimento de gêmeos. Em mulheres com menos de 40 anos, o procedimento tem sucesso na quarta tentativa. Estudo da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, mostrou que mulheres em tratamento de acupuntura paralelamente à FIV possuem mais chances de engravidar.
Em contrapartida, a técnica de fertilização in vitro pode fracassar por uma série de fatores, tais como ausência de ovócitos na punção dos ovários, baixa qualidade dos ovócitos recolhidos, resposta insuficiente ou exagerada dos ovários à estimulação hormonal, interrupção da divisão das células ou a ausência de implantação dos embriões na parede do útero.
Em média, o tempo entre uma tentativa de FIV e outra é de seis meses. O período de espera mais curto gira em torno de dois a três meses. Esse tempo é menor em mulheres com mais de 38 anos. Por outro lado, a distância tradicional entre procedimentos de inseminação artificial é de um a três meses.
Nessa técnica, a fecundação é feita sem estimulação para reduzir a quantidade de hormônios liberada pelos folículos.
Permite a obtenção de taxas de nascimento semelhantes a de outras técnicas reduzindo as complicações da hiperestimulação ao encurtar o tempo de punção dos ovócitos e de uso de medicamentos, que é de apenas dez dias contra os dois meses dos tratamentos convencionais.
Consiste na busca por espermatozoides de grande qualidade no esperma do parceiro com o auxílio de um microscópio de alta resolução, que permite a observação de pequenas anomalias na morfologia das células reprodutivas masculinas.
Apenas um embrião de qualidade suficiente para a fecundação é transferido para o útero da mulher. Indicado para mulheres com menos de 36 anos por diminuir as chances de gravidez múltipla e suas complicações, objetivo principal de um especialista em FIV. Essa escolha deste método depende da idade da paciente e do número de tentativas já feitas.
A técnica de maturação in vivo consiste na retirada de um óvulo ainda não maturado que será desenvolvido em laboratório.
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