Hipoplasia uterina: causas e tratamentos

Muitas mulheres acreditam erroneamente que a hipoplasia uterina (subdesenvolvimento do útero) e infertilidade são sinônimos. No entanto, não é sempre assim. veja em quais casos uma mulher com hipoplasia uterina pode engravidar e como se cuidar.

Mau desenvolvimento do aparelho reprodutor feminino

Durante a adolescência, os seios das meninas crescem e os quadris se alargam. Também a genitália interna (útero e ovários) se desenvolvem até alcançar a maturidade ainda que seja imperceptível aos olhos. No entanto, nestes últimos, o desenvolvimento pode ser limitado e causar maiores disfunções.

Entre 11 e 13 anos de idade, o corpo da mulher adolescente começa a sofrer grandes alterações - surgem os pelos no púbis e nas axilas, a estatura aumenta, assim como o tamanho dos seios e quadris. Também aparece a primeira menstruação (menarca), indicando que o útero ou ventre adquiriu a maturidade necessária para levar a cabo uma gravidez.

No entanto, o início da vida reprodutiva das mulheres pode ser atrasado ou cancelado definitivamente por várias razões. A principal delas é o subdesenvolvimento do sistema reprodutor feminino. O problema é chamado de hipoplasia uterina. Esta condição é rara e geralmente ocorre em mulheres que sofreram desnutrição durante toda a sua vida.

Em outros casos, desde a gestação do feto no útero materno, os órgãos genitais femininos internos não se formam corretamente. Quando isso acontece, se forma um útero rudimentar, podendo mesmo fazer com que a cavidade uterina não seja formada.

Útero fetal

Se o desenvolvimento for interrompido imediatamente após o nascimento, se fala de útero fetal. Ele não mede mais do que quatro centímetros quando alcança seu tamanho máximo. A própria estrutura deste tipo de útero é diferente da normal, porque suas paredes musculares podem ser muito finas e até mesmo o colo do útero se sobressai pouco na vagina.

No entanto, se o crescimento deste órgão se detém na infância, chamamos de útero infantil, que chegará a medir até cinco centímetros. Três centímetros pertencem ao corpo do útero e dois ao colo do útero. Numa menina cujo desenvolvimento tenha sido normal, o útero atinge tamanho aproximado de seis centímetros antes de sua primeira gravidez, mas conforme ocorrem mais gestações ele pode aumentar alguns milímetros.

Falta de desenvolvimento de trompas e ovários

Falta de desenvolvimento não é geralmente exclusiva do útero e também afeta trompas e ovários, pois a menstruação pode se tornar irregular nestas mulheres. Além disso, a vagina é pouco profunda, com paredes pouco elásticas. Às vezes, as características sexuais secundárias (seios e pelos pubianos) são menos perceptíveis do que o habitual.

Dificuldade para engravidar

Normalmente, o diagnóstico da hipoplasia uterina é realizado no início da adolescência ou em idade reprodutiva avançada, quando a mulher constata dificuldade para engravidar. O ginecologista faz um exame de ultrassom para determinar o tamanho do útero, bem como exames dos níveis hormonais da mulher. Se os resultados forem baixos, esta será identificada como a causa do problema.

Também é possível realizar uma histeroscopia. Este procedimento envolve a inserção no útero de uma pequena câmera de vídeo que permite observar seu interior. É preciso ser muito cuidadoso ao realizar essa manobra, pois o espaço reduzido pode gerar dificuldades na passagem do colo do útero interno e as paredes podem ser extremamente finas. Além disso, pode se realizar uma biópsia e obter uma amostra de tecido para posterior diagnóstico. Com este teste, é possível conhecer o estado das glândulas de toda estrutura uterina.

Quando uma mulher com hipoplasia uterina pode engravidar

Às vezes, o tecido uterino imaturo pode ser resolvido pela administração de estrogênio. Em outros casos, o tamanho muito reduzido das estruturas afeta a absorção dos hormônios. No entanto, embora o útero seja pequeno, se todas as suas estruturas funcionam normalmente, a gravidez é possível, mas deve ser seguida sob rigorosa supervisão médica.

A gravidez de mulheres com hipoplasia uterina é sempre de alto risco. Estima-se que apenas 15% das mulheres com diagnóstico de hipoplasia uterina são incapazes de engravidar. Do restante, pouco mais de 10% conduz a gravidez até o final, devido à elevada taxa de abortos.

Foto: © andegro4ka - 123RF.com

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