Curetagem é um procedimento simples que é geralmente realizado depois de um aborto espontâneo, mas também utilizado em outros casos.
Os médicos usam a técnica de curetagem para realizar um aborto cirúrgico nos primeiros três meses de gestação. A curetagem uterina é também praticada depois de um aborto espontâneo para completar a limpeza da cavidade uterina.
A necessidade de curetagem após aborto espontâneo depende principalmente da fase da gravidez e forma do aborto. Quando o aborto espontâneo ocorre entre a sexta e oitava semanas de gestação é provável que o útero elimine completamente os vestígios da gestação dentro de algumas semanas de sangramento intenso. Nestes casos, a ingestão de pílulas seria suficiente para expelir os restos fetais. Às vezes, no início da gravidez, algumas mulheres desconhecem que estão grávidas e o aborto passa despercebido, sendo confundido com o período menstrual. Esses casos recebem o nome de aborto natural.
Quando se trata de uma gravidez de sete semanas, a curetagem geralmente é realizada na sala de cirurgia sob anestesia geral ou espinhal. É aconselhado esperar alguns dias para que o corpo consiga expelir naturalmente os restos fetais, caso contrário, alguns medicamentos devem ser usados. O aborto farmacológico permite evitar a anestesia e cirurgia, mas serão necessários vários dias para resolver a situação e a maioria das mulheres prefere terminar o mais rápido possível, uma vez que a gravidez não ocorrerá.
Um aborto espontâneo natural na oitava semana de gravidez é eliminado completamente e por conta própria dentro de algumas semanas de sangramento intenso e, às vezes, é confundido com a menstruação. No entanto, se a gravidez estiver estabelecida, os médicos recomendam curetagem para evitar complicações e interromper a gravidez o mais rápido possível. A decisão pela curetagem é inteiramente da mulher. Embora algumas optem por priorizar um aborto espontâneo natural com objetivo de ter mais tempo para despedir-se do bebê, outras, no entanto, não querem prolongar a gravidez.
Quando se trata de abortos após mais de dois meses de gestação é habitual fazer a curetagem. No entanto, se a mulher preferir tomar uma medicação, deve-se seguir cuidadosamente as recomendações de médico especialista. Esta opção tem a vantagem de evitar a curetagem, mas tem inconvenientes. De fato, a situação se torna mais dolorosa com o tempo e a expulsão pode durar de 24 a 48 horas. Outras vezes, a curetagem se torna necessária. O objetivo é sempre o mesmo: limpar o útero para quando a mulher desejar uma nova gravidez.
Se ocorrer um aborto espontâneo entre a oitava e décima semanas de gravidez uma curetagem deve ser realizada para retirar restos de placenta do útero. Se a placenta não for removida por curetagem, a mulher não pode engravidar novamente. A curetagem também é necessária após aborto espontâneo quando os valores do hormônio HCG permanecem elevados.
No caso de uma gravidez molar quando o ovo é fertilizado, mas dentro dele o embrião não se desenvolve, uma curetagem deve ser realizada. Além disso, se o sangramento depois de um aborto espontâneo dura mais de uma semana e é acompanhado por dor severa, a curetagem é obrigatória. Se, após a décima segunda semana de gravidez, não houver batimentos cardíacos no coração do bebê, o parto deve ser induzido ou a curetagem realizada.
Cerca de 85% dos abortos espontâneos ocorrem no primeiro trimestre por causas fetais. Por outro lado, fatores maternos causam mais frequentemente abortos no segundo trimestre. Os abortos inevitáveis e incompletos devem ser completados por dilatação, curetagem ou aspiração. Muitos médicos acreditam que é necessário realizar a curetagem para verificar se o aborto espontâneo está completo. Outros preferem observar a paciente durante alguns dias e, se não ocorrer mais sangramento, a curetagem não é praticada.
O aborto deve ser completado com a intervenção de um médico assim que o diagnóstico for verificado. Neste sentido, um ultrassom podem revelar a presença do feto morto no útero. O aborto espontâneo pode ser concluído com infusão final de oxitocina IV diluída, o que provoca a contração do útero e expulsão do feto e os restos de gravidez. Em seguida, pode ser necessário praticar uma curetagem para remover fragmentos de placenta. Atualmente, a curetagem com aspiração é usada até a oitava semana da gravidez.
As atividades normais podem ser retomadas logo que a paciente sentir-se bem, até no mesmo dia. No entanto, às vezes a mulher tem sangramento vaginal, dores na região pélvica e nas costas por alguns dias após a curetagem. Nesses casos, a dor é tratada com analgésicos comuns. Não é recomendado o uso de tampões durante algumas semanas e deve-se evitar relações sexuais durante o mesmo período. Também é aconselhável evitar atividades físicas extenuantes, duchas vaginais ou banhos de mar e de banheira até, pelo menos, duas semanas após a curetagem. É aconselhável que a paciente consulte um médico depois de duas ou três semanas para conhecer os detalhes de sua recuperação.
Após a curetagem, algumas mulheres experimentam cólicas leves no prazo de 24 horas após a cirurgia e sangramento vaginal durante as duas semanas seguintes.
Depois de sofrer um aborto natural, a principal preocupação da maioria das mulheres é saber quando elas podem engravidar novamente, se será difícil engravidar ou se elas estão suscetíveis a voltar a sofrer um aborto. A resposta a estas perguntas varia ligeiramente dependendo da saúde da mulher, das causas do aborto e do seu tempo de recuperação após a curetagem.
Em média, recomenda-se esperar pelo menos 90 dias antes de repetir uma nova gravidez, desde que a menstruação volte naturalmente e sem complicações e sejam executados dois ciclos completos. Sexo sem preservativo antes dos três meses pode causar infecção em mulheres que ainda não tenham curado suas feridas.
Além disso, as mulheres podem precisar de mais tempo para se sentirem emocionalmente prontas para engravidar novamente. Algumas mulheres que sofreram abortos espontâneos têm medo de perder a criança novamente. Felizmente, a maioria concebe naturalmente após um aborto. Apesar disso, algumas mulheres apresentam dificuldades para manter uma gestação. Assim, há risco mais elevado de aborto entre aquelas que já passaram por essa experiência.
Do ponto de vista biológico, depois de um aborto, a gravidez pode ocorrer na ovulação seguinte. A data da ovulação seguinte dependerá da semana de gravidez durante a qual se sofreu o aborto involuntário. Normalmente, ela ocorre de duas a oito semanas depois do procedimento. Por outro lado, os médicos aconselham esperar de dois a três meses para tentar uma nova gravidez por duas razões. Em primeiro lugar, para que o útero se recupere integralmente e o equilíbrio hormonal seja retomado. Em segundo lugar, para que a experiência da perda seja superada.
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