Cerca de uma em cada três pessoas atualmente sofre com algum problema de alergia e os números têm aumentado regularmente nas últimas décadas. As estimativas apontam que em dez anos 50% da população mundial terá alergia.
Nas últimas décadas, as cidades mudaram de cara em todo o mundo. Hoje, os apartamentos se tornaram menores, mais isolados e a expansão do número de imóveis com climatização favoreceu o desenvolvimento de ácaros, inimigos número 1 dos alérgicos. A perda de hábitos simples, como secar a roupa de cama nas janelas, também possibilitou o aumento no número de alergênicos nos apartamentos.
A multiplicação do número de animais domésticos nas casas também explica o crescimento do total de alérgicos no mundo já que o pelo dos animais também é um alergênico importante.
Profundas modificações nas últimas décadas sobre os hábitos alimentares da população representam perigo para os alérgicos. A mudança principal foi a explosão no consumo de alimentos congelados e industrializados, que introduziram novas proteínas e outras substâncias, utilizadas para conservar e dar sabor às comidas, no regime alimentar.
Antes da introdução de vacinas e antibióticos na sociedade, o organismo estava habituado a lutar contra vírus e bactérias. Atualmente, a redução do número de infecções faz com que o sistema imunológico passe a se voltar para elementos antes considerados inofensivos, como o pólen e os ácaros.
Essa teoria higienista é comprovada por estudos recentes que mostram como crianças nascidas em áreas rurais têm maior resistência e menos casos de alergia em comparação às que são criadas em apartamentos nas grandes cidades, aumentando os riscos de crises alérgicas.
Nos países industrializados, o número de pessoas alérgicas dobrou nos últimos 15 anos enquanto na década de 1970 a porcentagem de alérgicos não chegava aos 5% da população.
Foto: © pathdoc- Shutterstock.com