Estudos já mostraram que o tabaco é causa de morte por 21 doenças entre as quais estão 12 tipos de câncer, seis doenças cardiovasculares, diabetes e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Mas pesquisas do Million Women Study, no Reino Unido, associaram patologias mais raras. Conheça algumas delas.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o tabaco é responsável anualmente por cerca de seis milhões de mortes, incluindo mais de 600 mil fumantes passivos. Esse valor pode chegar a oito milhões de pessoas em 2030. Além disso, o número de mortes entre mulheres provocadas pelo tabaco está aumentando. As mulheres, que começaram a fumar mais tarde do que os homens, atingem hoje a idade em que os efeitos adversos do tabagismo são maiores.
Um grupo multidisciplinar da Sociedade Americana de Câncer reagrupou os resultados de cinco pesquisas estadunidenses durante 11 anos (2000 a 2011) que envolveram cerca de 1 milhão de pessoas com mais de 55 anos. Durante esse período, houve 181.377 óbitos, dos quais 16.475 eram fumantes. Ao todo, 17% do excesso de mortalidade encontrada entre fumantes não poderia ser atribuída às 21 doenças mencionadas anteriormente, mas a outras condições.
A mortalidade por cirrose é três vezes maior entre fumantes. Essa doença, fortemente associada ao consumo exagerado de bebidas alcoólicas, é o estágio mais avançado de uma série de doenças do fígado.
O risco de isquemia intestinal é seis vezes maior entre fumantes. A taxa é 2,4 vezes superior para hipertensão e duas vezes maior para insuficiência renal. O câncer de próstata acomete tabagistas a uma proporção 1,4 vezes maior que não fumantes, bem como o câncer de mama é 1,3 vezes mais frequentes entre as mulheres fumantes.
Estudo publicado na revista 'Lancet Psychiatry', no primeiro semestre de 2015, revelou ligação entre psicose e tabaco, previamente também apontada por outros investigadores europeus. Este estudo realizado em cerca de 15 mil fumantes e 274 mil não fumantes confirmou que o consumo diário de tabaco foi associado ao aumento do risco de psicose e início mais precoce de perturbações psicóticas. Estudo sueco também parece confirmar a relação entre tabaco e esquizofrenia. Mas outros estudos ainda são necessários para afirmar plenamente a ligação.
Outros fatores de risco devem ser levados em consideração, tais como o papel do álcool, no caso de mortes por cirrose hepática ou a infecção pelo vírus da hepatite B e C, que são mais comuns entre fumantes. Mais estudos são necessários para confirmar algumas hipóteses presentes neste artigo.
Foto: © skyfish - Shutterstock.com