Cerca de 50% dos diabéticos apresentam alguma patologia na retina e 2% deles ficam cegos por decorrência da doença, o que torna a diabetes a principal causa de cegueira no mundo. A retinopatia diabética afeta a retina e se divide em dois tipos: proliferativa e não proliferativa.
Como o próprio nome deixa claro, a retinopatia diabética é uma complicação em pacientes com diabetes mal controlada. A doença passa a afetar os vasos sanguíneos do olho, provocando perda progressiva da acuidade visual do paciente. Por seus efeitos importantes, até mesmo aqueles que realizam tratamento adequado da diabetes estão sujeitos a desenvolver problemas de visão e devem fazer acompanhamento regular com oftalmologista. Em geral, a retinopatia diabética afeta pacientes acima dos 40 anos.
A retinopatia diabética se apresenta por meio de pequenos sinais no início do desenvolvimento da doença. Na maioria das vezes, o paciente relata a presença de embaçamentos, borrões e áreas escuras na visão, além da sensação de haver sempre uma mosca rondando próxima ao olho. Em casos extremos e não tratados, ela pode se complicar em cegueira parcial ou total.
Um paciente diabético deve efetuar um exame oftalmológico completo uma vez por ano para detectar o mais cedo possível qualquer indício de retinopatia diabética. Por outro lado, a aparição de sintomas oftalmológicos em um diabético requer sempre a execução de exames. Uma grávida que sofra de diabetes necessita passar por uma avaliação oftalmológica a cada três meses. Conheça alguns dos exames realizados.
Popularmente chamado de exame de fundo de olho, a fundoscopia dá um diagnóstico preciso da retinopatia diabética. O teste indolor permite estudo das estruturas do olho situadas atrás do cristalino, especialmente da retina. O exame também detecta a evolução de outras patologias oculares associadas à degeneração macular.
A angiografia fluoresceínica é outro exame que permite a confirmação do diagnóstico de retinopatia diabética e também avalia a extensão das lesões, ajuda na seleção do melhor tratamento para a doença e acompanha sua evolução. Além disso, detecta a aparição de sangramentos nos vasos sanguíneos oculares.
A tomografia de coerência ótica (TCO) diagnostica a retinopatia diabética e, através da medição do gel vítreo, aponta o melhor tratamento a ser posto em prática. O teste também detecta uma eventual inflamação da retina.
Em casos leves de retinopatia diabética, o paciente é capaz de controlar a doença apenas com a adesão correta ao tratamento da diabetes que envolve o uso regular de insulina, bem como a adoção de hábitos alimentares específicos, principalmente a redução importante do consumo de açúcar.
Algumas intervenções cirúrgicas podem ser efetuadas em casos mais graves de retinopatia diabética. A principal delas é a cirurgia a laser, onde feixe quente e concentrado é emitido sobre a retina do paciente para controlar os sangramentos e remover o tecido afetado. Outro procedimento possível é a vitrectomia, no qual o gel vítreo, substância gelatinosa que preenche o interior do olho, é retirado.
Ainda não é possível falar em cura da retinopatia diabética. No entanto, as cirurgias hoje desenvolvidas são capazes de impedir o progresso da doença. Além disso, seguir o tratamento correto da diabetes é um passo fundamental para reduzir os riscos de desenvolvimento da retinopatia.
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