A artrose é a doença reumática crônica mais frequente no mundo e se caracteriza por alterações morfológicas que podem atingir todas as articulações do corpo e afetar principalmente as cartilagens. A artrose é resultado do desgaste da cartilagem. Esta doença pode surgir a partir dos 25 anos e tem evolução lenta e sem sintomas graves durante muitos anos. A artrose cervical é aquela que atinge as vértebras da coluna vertebral.
O aparecimento da dor e rigidez da parte superior da coluna pode indicar que a artrose afetou as vértebras cervicais. No entanto, se a dor aparecer na parte inferior das costas, significa que a artrose afetou as vértebras lombares. Em geral, a artrose ou espondilose cervical afeta principalmente as vértebras C5-C6 e, principalmente, as C6-C7.
A artrose primária está ligada a fatores genéticos que criam uma predisposição para esta doença, enquanto a artrose secundária está relacionada ao envelhecimento, embora as quedas, má postura e o estresse agravem a doença.
Pacientes com artrose sentem dor do tipo mecânica na região cervical que aumenta com a atividade e diminui com o repouso. Em estágios avançados, pode se tornar uma dor crônica. Também ocorre rigidez do pescoço e desconforto ao mover a cabeça, agravada pela tensão muscular excessiva que geralmente se acumula na parte de trás da cabeça.
Outro sintoma característico é a perda de força ou sensibilidade alterada no braço, antebraço e na mão (formigamento e dormência). A perda de força pode indicar uma invasão do nervo causada por osteófitos (saliências ósseas causadas pela artrose) ou colapso vertebral (em estágios avançados da doença).
As pessoas que sofrem de artrose têm dificuldade em mover o pescoço e cabeça devido à compressão das raízes nervosas que pode aumentar gradualmente ao longo do tempo. A dor se espalha para o pescoço, ombro ou braço. Uma pessoa pode sofrer de artrose por muitos anos sem perceber.
Sim, a artrose crevical pode causar tontura e fortes dores de cabeça ao paciente, pois a rigidez do pescoço, quando muito intensa, comprime as artérias vertebrais, o que gera as dores e desequilíbrios.
Para diagnosticar a artrose é necessário realizar uma radiografia das vértebras cervicais. A radiografia pode revelar uma compressão da linha articular ou a presença de osteófitos que confirmam um quadro de artrose. É preciso atentar, no entanto, que nem sempre existe uma correlação entre os sintomas e as radiografias. Em algumas ocasiões, pode ser necessário realizar uma ressonância magnética para se descartar compressões da raiz nervosa ou da medula espinhal (especialmente quando ocorre uma alteração na sensibilidade).
O tratamento da artrose cervical, bem como de outras formas desta doença reumática, está baseada em exercícios físicos e sessões de fisioterapia. A estimulação da articulação, com técnicas de fortalecimento e movimentação, é a melhor forma de reduzir as dores do paciente e tentar desacelerar o desenvolvimento da doença. Técnicas de reeducação postural também podem ser utilizadas. Por outro lado, a imobilização da articulação afetada tende a piorar o quadro.
A artrose é uma condição crônica e não tem cura. O tratamento, no entanto, reduz os sintomas e melhora o bem-estar do paciente. Sem tratamento, a artrose cervical pode se tornar bastante incapacitante conforme seu desenvolvimento.
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