Estar atento aos sinais que indicam que o bebê está preparado para comer e não deixar que os medos nos impeçam de começar a oferecer as primeiras refeições sólidas são as chaves para que as papinhas fiquem para trás naturalmente. O desenvolvimento correto da mandíbula, dos dentes e da deglutição da criança dependem de que ela aprenda a mastigar e comer alimentos sólidos quando a hora chegar.
A transição para a comida sólida ou para a dieta normal da família se realiza de forma paulatina entre os seis e 12 meses de vida. Com um ano, o bebê já deve estar comendo o mesmo que o restante da família. Ao redor do sexto mês de vida, os bebês já são capazes de levar as mãos à boca e engolir alimentos macios. A partir dos oito ou nove meses, ainda que não tenham dentes, eles já conseguem fazer movimentos de mastigação com a mandíbula e aprendem a comer com uma colher.
Para que o bebê possa começar a transição de uma alimentação láctea para uma mais variada, ele deve ser capaz de se manter sentado sem auxílio, levar as mãos à boca e fazer os movimentos de morder o alimento usando lábios e gengivas. Para os pais, o mais fácil é observar os sinais de que o seu filho já está preparado. Ou seja, que eles se adaptem às características de amadurecimento da criança, sem seguir um calendário ao pé da letra. Um bebê já está pronto para comer quando mostra interesse pelos alimentos ao olhar o prato dos pais ou abrir a boca na hora das refeições.
O recomendado é iniciar a transição para a comida sólida com verduras cozidas macias mas que não desmanchem, como batata, brócolis e couve-flor. Também devem ser oferecidas frutas como banana, manga e pera. Massa e carne também estão liberados. O mais importante é observar o tamanho das porções, que não devem ser maiores do que um dedo de adulto para evitar engasgos. Outra opção é picar os alimentos e deixá-los para que a criança coma com as mãos.
O ideal é que o bebê coma no mesmo horário que o restante da casa para que vá provando alguns alimentos consumidos pelos demais e também aprendendo sobre o comportamento à mesa. Também é muito importante permitir que o bebê decida quando já está satisfeito e respeitar os sinais emitidos por ele, como cuspir, girar a cabeça e perder interesse na refeição.
Quanto ao risco de asfixia do bebê, o perigo de um acidente só é real com alimentos duros e pequenos, como fatias de cenoura crua, castanhas ou caramelos, que devem ser evitados nas primeiras refeições.
Toda criança vai buscar alimentos sólidos em torno do primeiro ano. Os pais devem deixar de lado o medo de asfixia e a comodidade das comidas preparadas para iniciar o processo de abandono de papinhas e mamadeiras. Quando uma criança chega aos dois anos apenas se alimentando de comida pastosa, ela passa a rejeitar os sólidos, o que pode complicar o desenvolvimentos dos dentes.
Por conta disso, os pais não devem esperar o aparecimento dos primeiros dentes para oferecer alimentos sólidos. Com cerca de oito meses a criança já está mais predisposta a provar comidas e mastigar. Bebês que demoram para começar a mastigar comidas sólidas correm risco de não desenvolver corretamente dentes e mandíbulas e ter problemas de deglutição. Além disso, podem criar o hábito de colocar a língua entre os dentes, o que causa problemas de fala e também no posicionamento dos dentes.
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