A incontinência urinária representa a perda involuntária de urina. O problema acomete em maior número os idosos e também afeta mais mulheres do que homens. O quadro pode criar situações constrangedoras ao paciente e deve ser tratada para evitar efeitos como a perda do convívio social e depressão do portador.
A incontinência urinária afeta 10 milhões de brasileiros e o número de casos em mulheres é o dobro do registrado entre os homens, segundo a Sociedade Brasileira de Urologia. Os idosos também são maioria entre os portadores do distúrbio.
As duas situações se explicam pelas causas principais. No caso das mulheres, gestações provocam incontinência. Já nos idosos, o grande culpado é a perda de firmeza do assoalho pélvico, musculatura que sustenta os órgãos do sistema urinário. Obesos também podem sofrer com esse problema. Doenças que comprimem a bexiga, tumores na região, doenças pulmonares obstrutivas e a tosse crônica de fumantes também são responsáveis pelo problema urinário.
Existem três tipos de incontinência urinária, que serão analisados a seguir.
Nesse tipo de incontinência, qualquer esforço pode provocar o escape da urina. Tossir, espirrar, gargalhar, correr, entre outras ações, podem levar a uma perda urinária. Mulheres com filhos são as mais afetadas por esse tipo de incontinência já que a gravidez e o parto enfraquecem os músculos da região.
Esse é o tipo mais grave de incontinência urinária. Nele, o paciente sente necessidade de urinar de maneira muito frequente e essa situação provoca perdas urinárias antes da chegada ao banheiro. Além da condição em si, a incontinência urinária de urgência pode gerar constrangimentos sociais.
A incontinência urinária mista se caracteriza por combinar aspectos das duas outras formas de incontinência. O paciente tanto sente vontade frequente de urinar quanto pode sofrer escapes ao fazer algum tipo de esforço.
O modo mais simples de detectar a incontinência urinária é criar um calendário onde será anotada a frequência das micções e sua característica. Faça isso apenas se você suspeitar do distúrbio e tiver experimentado um evento de perda involuntária de urina. Ao constatar ou suspeitar do problema, procure um urologista.
Cada tipo de incontinência demanda uma forma de tratamento. Para as perdas de urina por esforço, o tratamento em geral é cirúrgico. O procedimento reforça os músculos da pélvis, garantindo a sustentação da uretra e seu fechamento. Exercícios também auxiliam na melhora do estado do assoalho pélvico.
A incontinência urinária de urgência é tratada com medicamentos, que devem ser tomados de forma ininterrupta e atuam diminuindo as contrações da bexiga e melhorando o funcionamento do esfíncter. Os remédios mais comuns são oxibutinina e cloridrato de trospium.
Algumas drogas também podem ser prescritas para casos de incontinência por esforço. Entre eles, destaca-se o uso do hormônio estrogênio, que reduz o risco de perdas urinárias ao aumentar a capacidade de fechamento da uretra e o fluxo sanguíneo nos vasos da região.
Um dos mais eficazes tratamentos caseiros para incontinência urinária é a prática de exercícios de fortalecimento do assoalho pélvico. Um dos mais indicados é feito com a pessoa deitada de barriga para cima, joelhos dobrados e planta dos pés no chão. Erga o corpo mantendo os pés no chão e contraia e relaxe as nádegas repetidas vezes.
A alimentação também pode ser importante aliada no combate à incontinência. Nesse caso, consuma alimentos ricos em vitamina C, como laranja, acerola e brócolis, e magnésio, como oleaginosas e semente de abóbora. Por outro lado, evite alimentos gordurosos, muito calóricos e picantes, além de reduzir o consumo de café e bebidas alcoólicas.
A única forma de prevenir a ocorrência de incontinência urinária é combater seus fatores de risco. Por conta disso, evite o sedentarismo, não fume e não consuma bebidas que podem servir como diuréticos, caso do café, refrigerantes e álcool, em excesso.
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