A estimulação cerebral profunda (ECP) é uma técnica cirúrgica que envolve a colocação de dois eletrodos no fundo de certas áreas do cérebro para estimular determinados grupos de neurônios. O estímulo é realizado através da aplicação de uma corrente elétrica baixa para aumentar ou inibir a atividade dos neurônios.
Esta técnica cirúrgica permite tratar sintomas de doenças neurodegenerativas e psiquiátricas, depois de realizar um teste durante uma hospitalização breve e particularmente em certas situações muito específicas quando os tratamentos com medicamentos se mostram ineficazes.
Eletrodos ligados por fios passam debaixo da pele para uma caixa de estimulação, também localizada sob a pele na região subclavicular. Estes eletrodos geram impulsos elétricos curtos que intervêm sobre certas áreas do cérebro. Os estimuladores enviam impulsos elétricos através dos eletrodos, ao longo do dia, durante aproximadamente 16 horas.
A implantação de eletrodos no cérebro é parte da cirurgia estereotáxica, procedimento cirúrgico que dura várias horas e utiliza técnica de localização radiológica com a ajuda de uma ressonância magnética e uma varredura do cérebro. Esta abordagem permite checar com precisão certas áreas do cérebro e reduzir as manifestações de algumas doenças.
Um profissional ajusta a estimulação com a ajuda de um programador que se comunica com o neuroestimulador através de frequência de rádio. Um controle remoto permite verificar logo em seguida o bom funcionamento do estimulador.
Esta técnica é proposta para pessoas que apresentam manifestações graves com repercussões sociais e profissionais de suas doenças e para quem os medicamentos já não surtem efeitos. Porém, para realizá-la, é preciso que o cérebro esteja em bom estado.
A ECP é usada em alguns casos de distonia primária crônica quando as drogas são ineficazes. A distonia provoca contrações prolongadas e involuntárias nos músculos de um ou mais partes do corpo.
Pessoas que sofrem de tremor essencial podem se beneficiar dessa técnica cirúrgica que é eficaz.
As principais indicações para estimulação cerebral profunda são formas severas da doença de Parkinson.
Existem estudos para aplicar a técnica para determinadas formas de epilepsia, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), síndrome de Tourette, depressão severa, transtornos alimentares e certos vícios, como a cocaína.
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