A acromegalia, também chamada de doença de Pierre Marie, é uma doença rara provocada pela intensa secreção do hormônio do crescimento (GH). Consequências físicas e psicológicas dessa patologia precisam ser melhor conhecidas pela medicina para que os diagnósticos sejam feitos de maneira precoce, evitando complicações importantes para a vida dos pacientes. O período entre a aparição dos primeiros sintomas e o diagnóstico final de acromegalia varia entre 4 e 10 anos.
Na grande maioria dos casos, a acromegalia é provocada pelo desenvolvimento de um adenoma hipofisário, tumor benigno na hipófise, glândula situada no cérebro que aumenta de tamanho e eleva sua produção do hormônio do crescimento. Em situações mais raras, a acromegalia pode ser provocada por hiperatividade da hipófise. A doença também pode ser hereditária ou, em outros casos, ter causa desconhecida.
A acromegalia se caracteriza pela aparição progressiva de diversas modificações no aspecto físico do paciente. O rosto e extremidades do paciente, como pés e mãos, se alargam. Além disso, é possível observar desenvolvimento de diabetes, hipertensão arterial e problemas de visão.
O diagnóstico da acromegalia pode ser efetuado por exame clínico que constate a ocorrência de deformações específicas da doença. Infelizmente, o diagnóstico tende a levar anos para ser feito devido ao desenvolvimento lento das modificações corporais.
Por conta disso, o diagnóstico da acromegalia é mais rapidamente realizado através de exames laboratoriais que devem ser prescritos em caso de suspeita da doença. O exame de sangue verifica os níveis de hormônio do crescimento, mas não é confiável pois o nível de GH no corpo varia e é necessária a realização de diversos testes para comprovação do diagnóstico.
A combinação de outros exames é a forma mais indicada para se diagnosticar a acromegalia. Um raio-X consegue avaliar a existência e volume do tumor hipofisário. Já um teste oftalmológico analisa repercussões do adenoma sobre os nervos óticos.Por fim, dosagens sanguíneas de prolactina, hormônios sexuais, tireoidianos - todos controlados pela hipófise - podem indicar funcionamento desregulado da glândula.
O tratamento da acromegalia é inicialmente à base de medicamentos que inibem a produção do hormônio do crescimento, mas, às vezes, o recurso da cirurgia de retirada do tumor hipofisário é necessário. Esse procedimento é muito delicado e sua realização só é recomendada em caso de insucesso de outros tratamentos, além de depender também do tamanho e localização do tumor. Os doentes devem ser acompanhados por um médico ao longo de toda sua vida.
A acromegalia tem cura. Para isso, é preciso que o paciente realizada a cirurgia de retirada do adenoma. Em tumores de até 1 centímetro, a taxa de cura dos paciente varia de 80% a 90%. Conforme aumenta o volume do tumor a ser retirado, menores são as chances de cura. Outras formas de tratamento não promovem a cura da doença, apenas seu controle.
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