Tabus da masturbação feminina

A prática da masturbação, tanto masculina quanto feminina, é uma atitude saudável, que promove prazer, permite o autoconhecimento do corpo, reduz o estresse e tem potencial para aumentar a libido entre os casais. No entanto, essa prática por mulheres segue sendo um tabu em nossa sociedade e exige um processo de conscientização até mesmo das próprias mulheres para que elas se liberem das restrições que ainda rodeiam a masturbação feminina.

Menos masturbação feminina

Além de sua discussão ser um tabu na sociedade, a prática de masturbação por mulheres é muito reduzida em relação aos homens. Pesquisa de opinião realizada no Reino Unido mostrou que 44% dos homens entrevistados afirmaram se masturbar de duas a três vezes por semana. Entre as mulheres, esse percentual caiu para 13%. Em outra sondagem, desta vez realizada na Espanha, 47% deles garantiam ter praticado masturbação ao menos uma vez nos últimos 30 dias. Por outro lado, apenas 4% das mulheres ouvidas disseram o mesmo.

Machismo na masturbação feminina

O machismo ainda presente na sociedade brasileira, assim como em muitos outros países, é um dos principais responsáveis pelo tabu da masturbação feminina. As ideias que embasam o machismo colocam a mulher em posição subalterna e fazem com que elas sejam alvo de uma série de constrangimentos em suas práticas e desejos. Entre elas, está a masturbação, bem como a sua liberdade em ter múltiplos parceiros e em não desejar se casar ou manter um relacionamento estável. Em resumo, o machismo transforma as opções sexuais femininas, tão normais quanto a dos homens, em algo criticável e tratado como desviante.

Religião e masturbação

Outro aspecto importante na manutenção do tabu sobre a masturbação feminina é a religião. As principais religiões do planeta condenam - de maneira mais ou menos forte - essa prática entre homens e mulheres. No entanto, as críticas mais pesadas tendem a recair sobre as mulheres. Na Idade Média, por exemplo, falava-se de uma suposta 'doença pós-masturbatória', que afetava principalmente as mulheres, pois elas teriam o "sistema nervoso mais fraco".

Liberdade feminina

A luta contra o tabu da masturbação feminina se inscreve no conjunto de lutas pela liberdade das mulheres em todo o mundo. O movimento feminista, que já garantiu o direito de voto às mulheres e ainda busca em diversos países o direito à educação formal feminina, tem como um dos seus principais objetivos atuais a liberdade sexual das mulheres para que suas escolhas e desejos possam ser tão amplos e vistos como naturais quanto os dos homens. Entre outras discussões, é preciso estimular a educação sexual de meninas e jovens para que, munidas de todas as informações possíveis, elas decidam sobre suas ações e sigam suas preferências.

Foto: © Vladimir Gjorgiev - Shutterstock.com

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