A trocanterite ou bursite trocantérica é causada pelo atrito constante entre o músculo tensor da fáscia lata (situado nas partes lateral e superior da coxa) ao passar por cima da bursa trocantérica durante movimentos de flexão e extensão de quadril. A trocanterite é causada pela inflamação da bursa (bolsa que armazena líquido sinovial) cuja função é dupla. Por um lado, ajuda a lubrificar as estruturas laterais da coxa e, por outro lado, protege tendões e músculos na área. A trocanterite é a causa mais comum de dor no quadril e é mais frequente entre atletas e mulheres com mais de 40 anos.
A principal causa desta doença é o atrito contínuo ao executar a flexão e extensão do quadril. É por esta razão que atletas são os mais afetados e, especialmente, maratonistas e ciclistas. Há outros fatores de risco a serem considerados, tais como sobrepeso ou obesidade, artrose do quadril, hérnia de disco, pés chatos ou ter uma perna um pouco mais curta do que a outra.
A inflamação da bursa ocorre de maneira episódica com períodos mais agudos seguidos de períodos livres de sintomas. A dor no quadril, particularmente na lateral, é o sintoma mais característico da trocanterite. A dor aumenta de intensidade ao subir escadas, deitar-se de lado ou entrar em movimento depois de estar sentado por um tempo. É aconselhável consultar um médico para confirmar ou descartar a doença, uma vez que, em alguns casos, ela pode ser confundida com pinçamento na lombar ou dor ciática. Nestes casos, pode ser necessária uma ressonância magnética ou ultrassonografia do quadril.
A primeira medida é o repouso, especialmente de qualquer atividade esportiva, por cerca de 10 a 15 dias e, se necessário, fazer uso de anti-inflamatório por via oral. O médico também pode recomendar a aplicação de gelo, creme ou gel na área. Deve-se levar em conta a causa do problema e tratá-la sempre que possível.
Dependendo da intensidade e da inflamação, também é possível realizar tratamento com ultrassons e ondas de choque, bem como exercícios terapêuticos específicos para fortalecer a área. Quando o tratamento não der resultado, o médico pode fazer sugerir infiltrações com corticosteroides e anestésicos.
Injeções locais de corticosteroides têm sido feitas desde os anos 1960 e sua eficácia e efeitos colaterais está fartamente documentada. Sabe-se que a resposta ao tratamento vai de 70% a 90% dos casos, embora haja taxa de recaída na casa dos 25% em 12 meses. Se os tratamentos não apresentarem resultados, uma cirurgia para remover a bursa afetada pode ser necessária.
Foto: © kintarapong - 123RF.com