O consumo de goji berry tem crescido muito no Brasil e no mundo nos últimos anos. Quem indica o produto, enquadrado na categoria dos superalimentos por sua composição, garante que ele é capaz de melhorar a saúde por sua ação antioxidante. No entanto, testes recentes têm apontado para possíveis perigos do uso da fruta. Para evitá-los é importante atentar para a sua procedência e local da compra, dando preferência por lojas especializadas em produtos naturais.
O goji berry é uma fruta silvestre de cor vermelha encontrada em regiões da China, na cordilheira do Himalaia, Tibete e Mongólia. Existem muitas variedades da fruta mas é a espécie Lycium barbarum, que contém todas as propriedades atribuídas a este superalimento.
Em geral, o goji berry é vendido em lojas de produtos naturais, supermercados e sites em sua forma seca, que lembra uma uva passa de cor vermelha. Seu sabor é amargo e se assemelha com o de outras frutas vermelhas.
A fruta é tradicionalmente consumida pelos povos do Himalaia, conhecidos pela saúde e longevidade notáveis. Após anos de observação, especialistas em nutrição concluíram que a peculiar resistência a doenças e ao envelhecimento dos habitantes da região se deve às condições de vida em altitudes a cerca de 4 mil metros do nível do mar e à alimentação, baseada na ingestão diária de vegetais e do goji berry.
O goji berry possui uma série de substâncias em sua composição, o que lhe garente a condição de superalimento. No pequeno fruto há aminoácidos, minerais - zinco, ferro, cobre, cálcio e germânio -, proteínas, carotenoides antioxidantes - luteína e zeaxantina -, vitamina C, ácidos graxos essenciais - ômega 3 e ômega 6 -, betasitosterol, polissacarídeos, flavonoides e fisalina.
Em meio ao boom do fruto em todo o mundo, pesquisadores espanhois, ligados à Organização de Consumidores e Usuários (OCU) da Espanha, decidiram testar as diferentes marcas de goji berry ofertadas. Ao todo, 10 amostras de produtos foram analisados e todas elas não cumpriram os requisitos mínimos para comercialização: grande quantidade de pesticidas, alguns deles ilegais na Europa, e metais pesados como mercúrio, chumbo, cromo e cádmio.
No entanto, os especialistas alertam que seria necessário o consumo de quilos da fruta para se sofrer uma intoxicação alimentar aguda provocada pelo goji berry. Os efeitos a longo prazo do consumo destes elementos, porém, são desconhecidos e imprevisíveis.
Ao todo, 13 pesticidas foram encontrados nas amostras da fruta recolhidas pelos pesquisadores. Destas, três substâncias são proibidas na União Europeia. Estes pesticidas podem provocar, entre outros efeitos, irritação do trato respiratório e da pele e provocar alterações endócrinas.
Foto: © draconus - Shutterstock.com