Mais de um terço das crianças são afetadas por problemas de refluxo gastresofágico que causam regurgitação. Esses sintomas representam uma das principais razões de consultas médicas. A regurgitação é mais frequente em bebês com idade inferior a 2 anos, e não tem nenhuma consequência sobre seu desenvolvimento.
As regurgitações podem ser mais graves em certos casos e gerar sintomas que afetam o crescimento do bebê. Geralmente, as regurgitações desaparecem quando alimentos sólidos são introduzidos na dieta da criança, por volta dos 12 meses de vida. Um refluxo é considerado anormal se ocorrer nos seguintes casos: fora do período das refeições, durante o sono, de modo frequente e abundante, ao mudar o bebê de posição e se houver sangue nas regurgitações.
Os sintomas de refluxo gastresofágico em recém-nascidos são regurgitações em volumes pequenos após as refeições. Elas começam antes dos três meses e não têm consequências sobre o crescimento do bebê. Mesmo na fase de regurgitações, o apetite do bebê continua normal.
Vômitos, amigdalites, bronquites ou otites frequentes, mal-estar generalizado (representado por choro constante), esofagite e atraso no crescimento são alguns dos sintomas de casos graves do refluxo em bebês. Nestes casos, é importante um acompanhamento mais detido para resolução do problema e evitar as consequências mais graves.
As regurgitações ocorrem sem esforço, enquanto os vômitos exigem a contração dos músculos abdominais. É possível, no entanto, que haja associação entre vômitos e regurgitações.
Utilize leites engrossados ou farinhas que permitam engrossar o leite. Esses leites antirrefluxo ou pré-engrossados contêm agentes, como farinha de alfarroba e amido de milho pré-cozido, que auxiliam no combate ao refluxo. Por outro lado, evite sucos de frutas ou cereais. Adapte corretamente o bico da chupeta ao leite antirrefluxo e diminua o fluxo da chupeta. Aumente o intervalo entre as refeições ou mamadas. Mantenha o bebê em seus braços após amamentá-lo. Não dê grandes quantidades. Tire um tempo para amamentá-lo.
O médico pode prescrever um tratamento médico para proteger as paredes do esôfago e neutralizar a acidez: curativos gástricos que atuam na junção do esôfago com o estômago, estimulantes gástricos ou inibidores de suco gástrico. Em geral, os tratamentos são prescritos até o bebê conseguir se manter ereto sozinho, o que melhora as manifestações de refluxo. Às vezes, é necessário fazer um exame, incluindo medição de pH e endoscopia, para verificar a intensidade e as razões do refluxo, adaptar o tratamento medicamentoso e avaliar se há necessidade de uma intervenção cirúrgica.
Coloque o bebê em posição bem reta após ele se alimentar. Troque a roupa do bebê antes de alimentá-lo para não comprimir seu abdômen. Não use fraldas muito apertadas. Evite o acúmulo de resíduos na mamadeira. Deite o bebê de costas e incline seu colchão em 30 a 40 graus por meio do sistema antirrefluxo. Não movimente muito o bebê após a refeição e deixe-o descansar calmamente. Evite fumar ou mantê-lo em ambiente com fumantes.
Sim, o refluxo gastroesofágico em bebês tem cura. Na maior parte das vezes, o problema passa quando a criança chega à idade em que consegue caminhar e se manter em pé sozinho. Em situações mais graves, os tratamentos médicos mais prescritos também são suficientes para curar a criança do refluxo.
Foto: © Pixabay.