O refluxo gastroesofágico é frequente em bebês recém-nascidos. Descubra as suas causas, principais sintomas e como tratar este problema.
Os principais sintomas da cólica em bebês amamentando são choro excessivo por várias horas, encolhimento das pernas até o abdômen, punhos cerrados e apertados e distensão do abdômen. Estes sinais costumam surgir durante a tarde ou à noite. Já em caso de refluxo gastroesofágico o sintoma mais comum são os vômitos. Além disso, a criança recusa alimentos, sofre com dores abdominais, tem soluços frequentes, tosse persistente e pode ocorrer um quadro de pneumonia caso o bebê aspire vômito.
O refluxo gastroesofágico surge quando o conteúdo do estômago volta ao esôfago provocando regurgitação do bebê. Quando uma pessoa ingere um alimento, este passa da garganta para o estômago através do esôfago. Um anel de fibras musculares na parte superior do estômago, chamado esfíncter esofágico inferior, impede que o alimento retorne. No entanto, se esse esfíncter não se fecha corretamente, o alimento volta, ocasionando o refluxo.
Nos bebês, uma pequena quantidade de refluxo é normal, mas o refluxo contínuo com vômito frequente pode irritar o esôfago e causar dores e uma série de incômodos. Por outro lado, o refluxo intenso, que provoca perda de peso ou problemas respiratórios não pode ser considerado normal e exige uma consulta ao pediatra para estudo e investigação.
Os bebês ainda amamentando podem experimentar três tipos de refluxo de acordo com a origem do transtorno. O primeiro é o refluxo fisiológico. Tipo mais comum e que afeta especialmente bebês recém-nascidos, ele se caracteriza pela aspiração frequente do vômito. Em geral, este tipo de refluxo não afeta o crescimento ou o estado de saúde geral do bebê.
O segundo tipo é o refluxo funcional, que se caracteriza pela ocorrência de vômitos frequentes. Além de também não afetar o desenvolvimento do bebê, essa forma de refluxo se cura de maneira espontânea antes dos 18 meses em 60% dos casos. Porém, alguns casos isolados podem perdurar até os quatros anos.
Por fim, há o refluxo patológico, que é uma doença. Sua ocorrência coloca em risco o desenvolvimento e crescimento completos do bebê, podendo provocar sintomas como irritabilidade, dores excessivas, anemia e sintomas pulmonares como a tosse. Em casos extremos, o bebê pode deixar de respirar momentaneamente e existe risco de morte súbita durante o sono. No entanto, apenas 7% dos casos de refluxo gastroesofágico patológico é da forma grave.
O refluxo oculto ou silencioso, também denominado refluxo sem vômitos, é um tipo de refluxo gastroesofágico pouco comum e difícil de diagnosticar por conta da ausência de sintomas. Em boa parte dos casos, o refluxo oculto está ligado a um quadro de alergia à proteína do leite de vaca (APLV). Os bebês que sofrem com este tipo de refluxo demonstram forte irritação e choram com frequência. Eles costumam não gostar de ficar deitados, preferindo posições verticais ou serem ninados entre os braços. O sono destes bebês é curto e se interrompe de maneira frequente. Os bebês também tossem, espirram e soluçam bastante.
Os sintomas do refluxo gastroesofágico podem incluir tosse (especialmente depois de comer), choro inconsolável durante horas por conta da dor que sente o bebê, vômito excessivo nas primeiras semanas de vida e que piora depois de comer. Em alguns casos, o bebê se nega a comer e perde peso por conta do refluxo. A aparição de chiados no peito ou outros problemas respiratórios também estão relacionadas com o refluxo gastroesofágico.
O tratamento do refluxo gastroesofágico em bebês deve ser feito inicialmente com práticas caseiras, como elevar a cabeceira do berço da criança e manter o bebê ereto cerca de 20 minutos após cada mamada para tentar impedir o retorno do alimento para o esôfago. Outra boa medida é aumentar o número de mamadas por dia, o que reduz o consumo de leite por vez.
Caso essas medidas não funcionem, deve-se buscar um médico, que vai analisar outras ações que podem ser tomadas. Uma delas é a interrupção do consumo de leite e derivados pela mãe caso haja suspeita de que o refluxo guarde relação com a alergia à proteína do leite de vaca. O uso de medicamentos antiácidos normalmente é a última opção de tratamento prescrita pelo pediatra.
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