Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Montreal, no Canadá, descobriu que cada hora diária dedicada à televisão por crianças de até dois anos aumenta em mais de 10% o risco de vitimização na escola aos 12 anos. O trabalho, realizado com cerca de 2 mil crianças de dois anos, confirma que os hábitos de assistir televisão adotados nessa idade são suscetíveis a privar a criança da experiência de socialização.
No decorrer deste estudo, experiências de vitimização foram avaliadas pelas próprias crianças em sala de aula da sexta série. Também foram levados em consideração o comportamento das crianças e suas habilidades cognitivas, assim como o nível socioeducativo da escola.
Os resultados mostram que cada 53 minutos assistindo televisão por crianças de até 2 anos e meio estão associados a um risco aumentado em 11% de sofrer bullying por colegas no 7º ano.
As horas gastas em frente às telas substituem as interações familiares, essenciais para estabelecer a inteligência emocional e boa socialização.
Além disso, passar muito tempo na frente da tela prejudica o desenvolvimento das funções cerebrais responsáveis por resolver problemas interpessoais, de regulação das emoções, competência social e contatos sociais positivos.
Esses maus hábitos também podem afetar o desenvolvimento do contato visual, que está envolvido no desenvolvimento da inteligência emocional e autoafirmação em interações sociais.
A Academia Americana de Pediatria (AAP) recomenda que crianças com mais de dois anos não passem mais de uma ou duas horas por dia assistindo televisão ou telas de tablets. Muitos especialistas acreditam que não é aconselhável deixar as crianças com menos de três anos diante das telas, só excepcionalmente. É também fortemente desencorajado colocar uma TV no quarto do filho. A utilização de tablets deve ser também evitada antes da idade de três anos de idade.
A metade das horas do dia deve ser dedicada para as necessidades da criança: comer, dormir, brincar e higiene.
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