A icterícia é caracterizada por uma coloração amarelada da pele, mucosas e olhos e pode ser sintoma de outra doença subjacente. Ela atinge até 90% dos bebês prematuros e, se não tratada com rapidez, pode causar danos severos à saúde. Conheça as principais causas da icterícia. Ela se dá pela presença excessiva de bilirrubina no sangue e em outros tecidos.
A icterícia é comum em bebês por causa da imaturidade do seu sistema hepático. Entre eles, essa condição é tratada geralmente por meio de fototerapia. Ela é uma doença comum e geralmente benigna, que se manifesta algumas horas ou dias após o nascimento do bebê.
A icterícia neonatal, também chamada de amarelão do recém-nascido, afeta em média um em cada três recém-nascidos e é mais frequente em bebês prematuros. Ela se traduz por uma coloração amarelada da pele, mucosas e da conjuntiva dos olhos. Outros sinais associados à icterícia podem indicar complicações, como aumento do tamanho do fígado e baço, sinais neurológicos com tônus fraco, fezes esbranquiçadas e movimentos anormais.
O diagnóstico da icterícia neonatal é simples, pois a amarelidão da pele do bebê é evidente. Porém, é importante distinguir rapidamente uma icterícia natural, chamada de fisiológica - e, portanto, benigna - de outras formas mais raras de icterícias patológicas, as quais podem causar graves complicações neurológicas. Uma dosagem da taxa de bilirrubina no sangue, além da medição específica das bilirrubinas totais, livres e conjugadas, permite confirmar o diagnóstico de icterícia. Em alguns casos, um ultrassom ou exames de sangue mais detalhados são necessários para a definir as causas da doença.
A icterícia no adulto ocorre devido a diversas causas de origem hepática, tais como hepatite, cirrose, obstrução das vias biliares ou mesmo a descoberta de um câncer no fígado. A icterícia desaparece uma vez que sua origem é tratada.
A coloração amarelada da pele, mucosas e olhos ocorre devido ao elevado nível de bilirrubina no sangue. A bilirrubina é excretada em grande parte pelo intestino, através da bile. O restante é eliminado na urina. A causa da pigmentação amarelada é o escape do pigmento biliar - a bilirrubina - para o sangue em vários tecidos do corpo.
Os sintomas de icterícia são a descoloração da pele, das mucosas, dos fluidos corporais e dos órgãos. Um sinal precoce de icterícia é a coloração amarelada da parte branca do olho. Em geral, é partir da observação deste sinal clínico que o médico vai iniciar a busca pelo diagnóstico da doença e suas causas.
A icterícia pré-hepática é a que ocorre 'antes' do fígado, ou seja, antes de o sangue ter passado pelo órgão. A icterícia pré-hepática levanta suspeitas principalmente de doenças do sangue nas quais muitos glóbulos vermelhos são desintegrados. Através dessa deterioração surge o excesso de bilirrubina (hiperbilirrubinemia), que é um produto da decomposição da hemoglobina - pigmento vermelho do sangue.
A origem deste tipo de icterícia está no tecido do fígado, órgão pelo qual é excretada a billirubina em excesso. Nestas formas da icterícia, as causas são doenças hepáticas, principalmente a hepatite.
Neste caso, a causa da icterícia reside 'depois' do fígado, isto é, após o sangue ter passado pelo órgão. Pode ser decorrente de um armazenamento excessivo da bile, como o que é causado, por exemplo, por cálculos biliares.
No que diz respeito à icterícia fisiológica, como na grande maioria dos casos, a bilirrubina será absorvido espontaneamente em alguns dias, sem necessidade de tratamento. Em caso de icterícias mais graves, é comum optar pela fototerapia. O bebê é exposto nu e com os olhos protegidos a uma luz azulada dentro de uma incubadora especial. O número e duração das sessões varia em função da intensidade da amarelidão. Já as ocorrências de icterícia em adultos exigem o tratamento da causa do problema para que a icterícia desapareça.
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