Um estudo publicado na revista 'The Lancet' em julho de 2015 com mais de 14 mil fumantes e 270 mil não fumantes parece confirmar que o consumo de tabaco aumenta o risco de desenvolvimento de uma psicose. Outro estudo sueco também esclarece ligações entre tabagismo e esquizofrenia.
Vários estudos têm mostrado que as pessoas com transtornos psiquiátricos graves fumavam mais. A proporção de fumantes entre pessoas psicóticas é, muitas vezes, mais elevada do que na população em geral.
Os resultados do estudo mostraram claramente que o uso diário de tabaco está associado a risco aumentado de psicose e início mais precoce de perturbações psicóticas. Além disso, no início da psicose, as pessoas são três vezes mais propensas a ser fumantes do que o resto da população.
De acordo com James MacCabe, coautor do estudo, os resultados mostram que o tabagismo é um possível fator de risco no desenvolvimento de psicoses e não apenas consequência delas. Segundo ele, o aumento da liberação de dopamina causado pela exposição à nicotina é a causa do desenvolvimento de psicoses. O excesso de dopamina é também uma das hipóteses para explicar a esquizofrenia. Mais estudos são necessários para confirmar a ligação entre tabagismo e psicose.
Em pessoas com esquizofrenia e psicose, a recomendação é parar de fumar com a ajuda de um psiquiatra, independentemente de estar se vivendo um episódio agudo da doença.
Lembre-se que há mais fumantes entre pessoas com depressão e muitas vezes eles têm episódios mais agudos. Além disso, as pessoas que sofrem de ansiedade ou depressão fumam duas vezes mais.
Ao contrário da crença popular, fumar não relaxa e não tem efeito antidepressivo. Além disso, parar de fumar ajuda a recuperar a autoestima.
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