O termo genérico de intolerância à frutose se refere a alguns distúrbios nos quais o açúcar da fruta - frutose - ingerido não é degradado parcial ou completamente no intestino do paciente.
Existem dois tipos de intolerância à frutose. O mais comum deles é a chamada intolerância intestinal à frutose. Nele, a frutose não é absorvida suficientemente no intestino delgado devido a um sistema de transporte defeituoso, de modo que ela entra no intestino grosso e pode desencadear diversos desconfortos.
Também há a intolerância hereditária à frutose, condição mais rara na qual todo o metabolismo da frutose ocorre de maneira inadequada. Como o nome diz, esse tipo de intolerância é passado pelos pais para a criança. No entanto, nem todo filho de pai ou mãe com a intolerância terá o problema.
A intolerância à frutose, muitas vezes, causa os seguintes sintomas: flatulência, prisão de ventre, diarreia, náusea, inchaço, dor abdominal e fadiga.
Nos casos de intolerância hereditária, o diagnóstico ocorre quando o portador ainda é bebê porque os sintomas estarão presente desde as primeiras refeições sólidas (a partir dos seis meses) e também porque os pais estarão atentos à possibilidade da criança também sofrer desta condição. Já em casos de intolerância intestinal, a doença pode se desenvolver a qualquer momento da vida do paciente por conta de alterações intestinais.
Estima-se que cerca de 30% das pessoas nos países industrializados ocidentais são afetadas na por algum tipo de intolerância à frutose. O motivo: a quantidade de frutose em nossa dieta tem aumentado dramaticamente nos últimos anos devido aos alimentos produzidos industrialmente. Pesquisas apontam que, em média e dependendo dos hábitos alimentares, podemos consumir até 55 gramas de frutose por dia. Cientistas consideram que, mesmo um consumo de até 25 g de frutose diárias já pode ser considerado excessivo.
O cardápio de um paciente com intolerância à frutose não deve conter frutas, mel e alguns legumes e verduras que também contenham frutose. Além disso, muitos produtos industrializados são adoçados com frutose ou substâncias como xarope de milho ou sacarose, também proibidos. Por conta disso, o paciente também deve evitar refrigerantes, sucos de caixinha, ketchup, entre outros.
Por outro lado, o portador de intolerância à frutose está livre para ingerir laticínios, todo tipo de proteína animal (carne de vaca, porco, frango, ovos), cereais e verduras tais como alface, brócolis e espinafre. Por fim, as bebidas permitidas para intolerantes à frutose são água, leite, café e chá.
Vale destacar que, assim como os casos de intolerância à lactose e doença celíaca, a intolerância à frutose é uma doença que se apresenta em diferentes graus. Assim, há pacientes que sofrem mais com determinadas comidas e menos com outras. É preciso ir testando cada uma para encontrar aquelas que podem ser consumidas com maior liberdade e os produtos que não podem ser ingeridos de forma alguma.
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