A diabetes gestacional surge, como o nome diz, durante a gravidez. Na maioria dos casos, a doença desaparece após o nascimento do bebê, mas sua ocorrência traz riscos à saúde da criança. Atualmente, o número de mulheres que sofrem da doença durante a gestação vem aumentando e a incidência já alcança entre 5% e 6% das grávidas em todo o mundo. Além disso, o risco de recidiva do problema numa gravidez posterior é de 66%.
Durante a gravidez, a placenta libera um hormônio chamado Hormônio Lactogênio Placentário (HLP). Uma de suas ações é reduzir a atuação da insulina, hormônio responsável pelo controle do nível de glicose no sangue. Caso o pâncreas não seja capaz de elevar a produção de insulina em concentração satisfatória, o índice glicêmico se desregula, ocasionando a diabetes gestacional.
Na maioria esmagadora dos casos, a diabetes gestacional cessa depois do parto. No entanto, mulheres com histórico de diabetes gestacional apresentam maior risco de ter diabetes em momento posterior. Além disso, é importante que essas mulheres testem seu índice glicêmico depois da gestação, pois a diabetes gestacional pode ser sinal de uma diabetes anterior ainda não diagnosticada.
Uma grávida que apresente glicemia acima de 0,9g por litro de sangue é considerada como portadora de diabetes gestacional. Por conta disso, agências internacionais de saúde recomendam a realização do acompanhamento da glicemia até a 28ª semana de gestação.
Mulheres com histórico familiar da doença e acima dos 35 anos têm maior risco de desenvolver diabetes gestacional, principalmente se a primeira gravidez ocorrer já em idade avançada. Gestantes com sobrepeso também têm risco maior. As mulheres que já sofreram abortos espontâneos ou perderam o bebê por outra causa também apresentam risco aumentado de sofrer com a doença. Além disso, mulheres que já passaram por partos de crianças com mais de 4kg são mais afetadas pela diabetes gestacional que a média.
A diabetes gestacional pode provocar ganho de peso excessivo e adiposidade do feto. Além disso, há maiores chances do parto exigir realização de cesariana, bem como risco de hipoglicemia (taxa de açúcar baixa no sangue) da criança.
Mulheres com diabetes gestacional devem, entre outros cuidados, adotar uma dieta alimentar especial. Ela deve ser baseada no consumo de frutas, verduras e carboidratos integrais (arroz, macarrão, farinha etc.). Por outro lado, a grávida deve evitar a ingestão de açúcar e gorduras. O ideal é buscar reduzir o índice glicêmico de cada refeição com uso de alimentos crus e naturais. Também é importante que a mulher faça uma série de cinco ou seis pequenas refeições por dia do que um número menor de refeições mais volumosas.
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