Gravidez e risco de trombose após o parto

Estudo de cientistas dos Estados Unidos publicado em abril de 2014 na revista 'New England Journal of Medicine' e feito com base em dados de 1,6 milhão de mulheres colocou em evidência o risco aumentado de trombose entre mulheres até 12 semanas após o parto.

Riscos tromboembólicos depois do parto

Trombose venosa

Uma trombose venosa, também chamada de flebite, corresponde à obstrução de uma veia por um coágulo sanguíneo. Distinguimos a trombose venosa superficial, que afeta veias pequenas, da trombose venosa profunda, que afeta veias maiores. A imobilização da perna, gravidez, idade, tabagismo, obesidade e insuficiência cardíaca são os fatores de risco de uma trombose venosa.

Trombose arterial

Uma trombose arterial corresponde à formação de um coágulo em uma artéria, situação que pode provocar interrupção do fluxo sanguíneo arterial. Conforme o lugar onde a obstrução do fluxo ocorra, ela pode ocasionar uma isquemia, infarto do miocárdio, arterite nos membros inferiores e acidente vascular cerebral.

Fatores de risco para grávidas

Antecedentes de tromboses

Os fatores de risco de um acidente tromboembólico durante a gravidez e no parto dependem de vários pontos. Isso se deve à adaptação diferente de cada mulher às modificações circulatórias e metabólicas produzidas pela gestação e pós-parto. Porém, se a mulher já tiver sofrido algum caso de tromboembolia ao longo da vida, seu risco de desenvolver um novo problema durante a gestação é maior.

Outros fatores de risco

Além dos antecedentes, outros fatores de risco são gestações de risco e necessidade de repouso, que reduzem a movimentação das pernas da mulher durante um período prolongado, compressão da veia cava pelo útero durante a gravidez, tabagismo, idade acima dos 35 anos, realização de cesarianas anteriores, presença de varizes e obesidade.

Resultados do estudo

Das mais de 1,6 milhão de mulheres que participaram do estudo, 1.015 apresentaram algum problema tromboembólico - a maioria de origem venosa - ao longo da gravidez ou nos três meses que sucederam o parto.

Risco máximo em seis semanas

Durante as seis primeiras semanas depois do parto, o risco de acidente tromboembólico é 22 vezes mais elevado do que quando já se transcorreu um ano do nascimento da criança.

Entre sete e 12 semanas

Entre sete e 12 semanas depois do parto, o risco baixa, mas ainda se mantém três vezes maior do que em situações normais.

Depois das 12 primeiras semanas

A partir da 12ª semana transcorrida após o parto, o risco da mulher desenvolver trombose ou problemas correlatos já se corresponde no mesmo nível que o de outras pessoas.

Prevenção dos acidentes tromboembólicos

A prevenção dos acidentes tromboembólicos se baseia, antes de tudo, em não fumar durante a gravidez e nos três meses seguintes ao parto. A prática de atividade física moderada também é importante, bem como acompanhamento clínico, com realização de exame de ultrassom das veias em pacientes com fator de risco para trombose. Além disso, o uso de uma malha de contenção elástica na gestação e pós-parto pode ser recomendado. Também é importante diminuir ao máximo os períodos de imobilização da perna. Por isso, lactantes devem buscar sempre se levantar para movimentar as pernas e melhorar a circulação sanguínea.

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