A situação é clássica. Você acabou de pegar no sono e, repentinamente, uma sensação de que se está caindo nos desperta de maneira brutal e o coração está acelerado. O nome desse fenômeno, que sete em cada 10 pessoas relatam já ter passado ao menos uma vez na vida, é espasmo hípnico. Ele também pode ser chamado de puxão mioclônico. Descubra neste artigo o que a ciência já sabe sobre essa queda que afeta tanta gente.
Cientistas que estudam o sono ainda não foram capazes de determinar a causa exata dos espasmos hípnicos. O que eles têm atualmente são algumas hipóteses e a certeza de que, na maior parte das vezes, esta situação não representa nenhum problema mais grave.
A principal tese para os espasmos hípnicos é uma confusão gerada no cérebro. Quando estamos passando do estado de vigíilia para entrar no sono de fato, os músculos do corpo se relaxam. Se isso ocorrer e o cérebro seguir ativo, ele envia um sinal ao corpo para que ele reaja.
Outra linha defende uma associação diferente entre cérebro e corpo. Neste caso, a combinação de relaxamento muscular e mudança de temperatura corporal e no ritmo respiratório experimentadas durante o sono 'engana' o cérebro, que interpreta isso como um sinal de queda do corpo, nos despertando de modo repentino.
As pessoas mais jovens são as maiores afetadas pelos espasmos hípnicos. Além delas, quem sofre de ansiedade, fadiga ou insônia também está mais sujeito ao problema. Por fim, noites mal dormidas, posições desconfortáveis e situações de estresse pouco antes de deitar também aumentam as chances de se sofrer um espasmo desta natureza.
Algumas pesquisas indicam que o uso de cafeína também pode contribuir para a ocorrência de espasmos hípnicos. Isso ocorre pois a substância - presente no café, chá, refrigerante e bebidas energéticas - reduz a capacidade do cérebro relaxar e as confusões ocorrem com maior frequência. Além disso, o consumo de bebida alcoólica parece estar relacionado com o problema.
Em geral, o espasmo hípnico não representa nenhum dano ou sinaliza um problema. Porém, se os puxões ocorrem de modo muito frequente e mais de uma vez por noite, podem representar o chamado transtorno do movimento periódico dos membros, condição associada à narcolepsia.
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