A doença celíaca é uma enfermidade caracterizada pela intolerância do paciente ao glúten por conta de uma absorção intestinal deficiente da gliadina, proteína encontrada em diversos cereais. A doença celíaca afeta mais mulheres que homens.
O glúten destrói as microvilosidades do duodeno (revestimento interno das paredes do intestino delgado). Essa estrutura é fundamental para o funcionamento do organismo por ser responsável pela assimilação dos alimentos. Desta maneira, ocorre uma inflamação crônica do intestino que reduz a capacidade de absorção de diversos tipos de nutrientes.
Estima-se que 1% a 3% da população tenha doença celíaca. No entanto, apenas 10% a 20% dos pacientes recebe um diagnóstico correto da doença. Ela afeta pessoas em todas as idades mas crianças de seis meses a um ano e jovens adultos são os mais vulneráveis. Além disso, quase 70% dos casos afetam mulheres.
Os sintomas mais comuns da doença celíaca são diarreia crônica, vômitos, constipação, anemia, falta de apetite, dor abdominal, variações de humor, aftas de repetição e osteoporose. Em crianças, a doença celíaca pode provocar atrasos no crescimento.
Às vezes confundidos com a doença celíaca, estes sintomas de pele - feridas e bolhas simétricas nos ombros, cotovelos e joelhos que coçam - são na verdade uma outra doença também provocada pela intolerância ao glúten chamada de dermatite herpetiforme.
O diagnóstico da doença celíaca deve ser feito em duas partes. Um exame de sangue que aponta a presença de anticorpos específicos produzem a suspeita de que o paciente tenha intolerância ao glúten. Para confirmação do diagnóstico, uma endoscopia avalia as vilosidades do intestino para tentar encontrar alterações do revestimento.
Adotar uma dieta sem glúten por toda a vida é a única forma de tratamento da doença celíaca. É importante deixar claro que qualquer mínima quantidade de glúten ingerida pelo paciente pode ter consequências graves e provocar dores. Por conta disso, todos os alimentos vendidos nos supermercados do país devem trazer, desde 2003, informação sobre a presença ou não de glúten em sua composição. É fundamental que portadores da doença sempre leiam os rótulos dos produtos com atenção.
A lista de alimentos permitidos para pacientes com doença celíaca é vasta tendo em vista que o glúten está presente apenas em alguns cereais como trigo, cevada e centeio. Desta forma, estão permitidos outros cereais como arroz e milho e farinhas de mandioca e fubá. Por fim, carnes, laticínios, frutas, verduras e legumes estão liberados.
Não, a doença celíaca é crônica e o tratamento deve ser feito pelo resto da vida do paciente sob risco de graves consequências. A doença celíaca pode matar.
Foto: © grafvision - Shutterstock.com