O rotavírus é um vírus da família Reoviridae que causa diarreia grave muitas vezes acompanhada de febre e vômitos. Atualmente é um dos principais agentes causadores de gastroenterite - inflamação no sistema digestivo - e óbitos de crianças menores de cinco anos em todo mundo.
O vírus causador da doença é transmitido de pessoa para pessoa ou através do compartilhamento de objetos contaminados. No entanto, a principal via de transmissão é a fecal-oral, ou seja, pelo consumo de água e alimentos contaminados com o vírus.
A infecção por rotavírus é caracterizada por diarreia de início abrupto, acompanhada por vômitos em 50% dos casos e, febre alta podendo evoluir rapidamente para quadro de desidratação severa.
O diagnóstico do rotavírus é clínico, com a descrição dos sintomas do paciente. Para confirmá-lo, o médico pode solicitar a realização de um exame de fezes, que vai detectar a presença do vírus na amostra.
Como a doença pode surgir de forma fulminante em certas circunstâncias, a perda de líquidos pode ser grande e oferecer riscos de vida a crianças pequenas. Por esse motivo, muitas crianças que foram infectadas com o rotavírus precisam ser tratadas no hospital. A maioria das crianças se infecta nos primeiros anos de vida, porém os casos mais graves ocorrem principalmente em crianças de até dois anos de idade.
Não existe um tratamento específico para combater a infecção por rotavírus. Portanto, o objetivo principal do tratamento é manter a criança hidratada durante o período de diarreia e vômitos. O rotavírus só pode ser fatal pelo quadro de desidratação severa que pode desencadear. Casos leves da doença podem ser tratados em casa sob acompanhamento médico.
Em geral, os remédios mais utilizados para o tratamento do rotavírus são o soro caseiro, que auxilia na reidratação do paciente, e antitérmicos nos casos em que a doença também provocar febre.
Iniciado o tratamento de reidratação do paciente, os sintomas da doença vão perdurar de três a oito dias. Nos casos que demandam internação, a criança pode receber alta um ou dois dias após o fim do quadro de diarreia, vômitos e febre.
A vacinação contra o rotavírus se iniciou no Brasil em 2006. A vacina é por via oral e, em geral, bem tolerada. Ela deve ser ministrada em bebês entre seis e doze semanas de vida. Existem dois tipos de vacina - a monovalente, que protege contra um tipo do vírus, e está disponível no SUS, e a pentavalente, que protege contra cinco tipos do vírus e está disponível apenas na rede privada de saúde.
Geralmente, a vacina é aplicada simultaneamente com a tetravalente (DTP/Hib) e Sabin. O esquema de vacinação contra o rotavírus é recomendado aos dois e quatro meses, com intervalo mínimo de quatro semanas entre as duas doses.
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