A fibrose hepática corresponde a uma formação excessiva de matriz extracelular no fígado em reação a uma inflamação do órgão. A doença causa desregulagem do processo de cicatrização destinado a substituir as células afetadas. A fibrose do fígado modifica o funcionamento do órgão e pode ter graves complicações como a cirrose. Existem diferentes níveis de fibrose hepática que vão de F0 (fígado normal) a F4 (cirrose hepática).
A causa principal da fibrose hepática é uma agressão ao fígado, mais frequentemente relacionada ao abuso de álcool. A fibrose hepática pode também ser causada por doença renal crônica de origem viral ou autoimune, como hepatite, esteatose ou hemocromatose.
O diagnóstico da fibrose hepática é crucial para determinar a evolução da doença, detectar eventuais complicações e decidir o tratamento mais adequado.
A biopsia hepática consiste na retirada e análise de um fragmento do fígado para investigar a causa da fibrose e avaliar sua gravidade. A biópsia pode ser feita por via transparietal ou laparoscópica. O teste é invasivo e contraindicado aos pacientes com problemas de coagulação.
Os exames de sangue são menos invasivos que a biópsia hepática e podem ser realizados de maneira mais frequente e menos custosa. Por outro lado, os resultados trazem apenas uma estimativa do nível de fibrose do fígado e, em alguns casos, especialmente em pacientes com sobrepeso e obesidade, a interpretação dos valores se torna difícil.
Totalmente indolor, a elastometria é realizada através de uma ecografia, como o ultrassom de grávidas. O exame é capaz de medir a fibrose hepática de acordo com a rigidez do fígado. Quanto mais duro o órgão, mais grave a doença.
Os resultados de uma biópsia ou outro exame utilizado para medir o estado do fígado de um paciente são divididos em cinco níveis, que vão de F0 a F4, conforme o grau de deterioração do órgão. Resultado F0 ou F1 significa que o fígado está em bom estado e não há fibrose. Já F2 aponta fibrose moderada enquanto F3 e F4 são sinal de um dano significativo ao fígado, sendo que o último pode ser considerado como estado de cirrose hepática.
Não existe um tratamento específico para casos de fibrose hepática, que pode regredir de maneira natural caso seja detectada rapidamente e as lesões ainda forem pouco importantes. A abordagem deve se dar pelo tratamento da doença que causa a fibrose.
Em alguns casos, pacientes nascem com fibrose hepática. Na maior parte das vezes, o diagnóstico é feita ainda na infância, após casos de sangramentos de varizes, vômitos de sangue e presença de sangue nas fezes. Fígado e baço também se apresentam com tamanho acima do normal. A fibrose hepática congênita é uma doença crônica e o tratamento, em geral, é feito por meio de cirurgia para reencaminhar o sangue dos intestinos.
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