Durante muitos anos, especialistas e leigos debateram sobre os perigos envolvidos na prática de sexo oral. Hoje, ainda que as possibilidades sejam menores do que em outras modalidades sexuais, está claro para os estudiosos que o sexo oral traz riscos de contaminação de doenças sexualmente transmissíveis, entre elas o vírus HIV, causador da Aids, e o vírus da hepatite B.
As mucosas da boca e da vagina são bastante parecidas. Nelas, podem ocorrer pequenos cortes ou feridas (úlceras, chagas, gengivite ou hemorragias) que, apesar de não serem sequer notadas pela pessoa, podem servir de via de entrada para vírus e bactérias. Uma higiene bucal deficiente pode funcionar como fator de risco para casos dessa natureza.
A probabilidade de transmissão do HIV varia de acordo com o tipo de contato. O vírus se transmite mais facilmente pelo sexo anal ou vaginal sem proteção e pelo compartilhamento de seringas. De sua parte, o sexo oral traz menos riscos ainda que também haja chance de transmissão por essa via. Resultados muito diferentes quanto às chances de contaminação do HIV por sexo oral já foram obtidos em estudos científicos. No entanto, nenhum deles encontrou risco superior a 8%.
Contudo, esse risco aumenta quando há liberação de sêmen na boca da parceira. Além disso, qualquer tipo de prática sexual com uma pessoa infectada aumenta o risco de transmissão do HIV. Doenças sexualmente transmissíveis, como sífilis, herpes genital e gonorreia também podem passar por sexo oral.
O sexo oral desprotegido pode causar muitas doenças, mas a contaminação pelo Papilomavírus humano (HPV) tem aumentando sobremaneira nos últimos anos. Somente entre 2000 e 2010, a transmissão deste vírus por sexo oral foi responsável por dois terços dos casos de câncer de boca em homens e mulheres de 30 a 44 anos. A incidência da doença nessa faixa etária dobrou nos últimos dez anos.
A primeira e mais importante medida de proteção é o uso de preservativo durante a relação. Como esse hábito é bastante raro entre casais, o ideal é evitar o sexo oral quando for percebida alguma lesão na boca ou na genitália do parceiro.
Evite usar fio dental pouco antes da relação para que não ocorra nenhum dano à mucosa bucal. Nesses casos, dê preferência para o flúor. Também se deve evitar a ejaculação, tanto masculina quanto feminina, dentro da boca, bem como a prática de sexo oral em uma mulher menstruada. Outro conselho importante é utilizar protetores dentais durante contato boca-ânus e evitar prolongar por muito tempo o sexo oral.
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