A esquizofrenia, distúrbio que afeta o funcionamento do pensamento, é usualmente tratada com medicamentos. No entanto, métodos alternativos, alguns hoje em desuso, podem ser utilizados para tentar garantir a conexão do paciente com a realidade e sua consciência sobre o cotidiano.
Atualmente, a esquizofrenia é tratada fundamentalmente com neurolépticos ou antipsicóticos. Há dois tipos de antipsicóticos: os clássicos, como clorpromazina, haloperidol e tioridazina; e os mais recentes, como clozapina, risperidona, olanzapina e ziprasidona.
Os neurolépticos atuam corrigindo desequilíbrio entre neurotransmissores, sobretudo a dopamina, e aliviando os sintomas da doença. Os neurolépticos mais novos possuem especial capacidade de corrigir desequilíbrios da serotonina e causam menos efeitos colaterais do que os clássicos.
O tratamento com neurolépticos pode produzir uma série de efeitos colaterais sobre o paciente, tais como tremores, tontura, rigidez muscular, inquietude interna, ganho de peso, sudorese excessiva, icterícia (pele amarelada), convulsões, sonolência, febre, aparição de lesões da pele, hipotensão arterial, anemia e hipercolesterolemia (aumento das taxas de colesterol LDL).
Além disso, o uso de medicamentos antipsicóticos pode incrementar, a longo prazo, o risco de um transtorno de movimento chamado discinesia tardia. Esta patologia provoca movimentos repetitivos incontroláveis e tiques que afetam especialmente a musculatura facial, sobretudo ao redor da boca.
Pelo fato da esquizofrenia ser uma doença crônica, a maioria dos portadores da doença necessitam utilizar a medicação antipsicótica por toda a vida. Estes pacientes não devem consumir álcool ou outras drogas ilícitas, pois elas aumentam quadros agressivos.
Quando o tratamento medicamentoso não traz resultados e em casos bastante específicos em que o paciente apresenta risco de suicídio ou agressão a outros, o tratamento com eletrochoque pode ser indicado. Apesar de sua má fama, o eletrochoque hoje em dia é um método seguro e com alta taxa de eficácia.
Os pacientes com esquizofrenia podem necessitar de internação em clínicas médicas quando apresentam problemas graves de conduta e desorganização mental. Outra causa de internação de pacientes com esquizofrenia é a possibilidade de estabilizar o uso de medicação e evitar ideias suicidas e agressivas.
Os tratamentos antipsicóticos têm permitido que, na maior parte dos casos, o paciente com esquizofrenia possa viver em comunidade. Para isso, é muito importante combinar o tratamento farmacológico com uma série de medidas destinadas a manter o paciente ocupado e ativo. A terapia psicossocial cumpre essa função ao garantir o acompanhamento sistemático do paciente.
O diálogo entre portador da esquizofrenia e psiquiatra pode ser um instrumento terapêutico importante. Nestes encontros, o médico deve informar o paciente sobre a doença e torná-lo consciente do problema com o qual ele lida. Essa comunicação deve se estender também para familiares e amigos mais próximos.
Com terceiros, a conversa também deve passar pela instrução quanto aos sinais de alerta de quadros agudos da doença e possíveis efeitos colaterais dos medicamentos, principalmente aqueles que afetam o comportamento do paciente.
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