A hepatite corresponde a uma inflamação do fígado decorrente de infecções virais, uso de certos medicamentos, abuso de álcool ou provocada por algumas doenças. Em geral, a hepatite é uma doença silenciosa, que se desenvolve sem apresentar sintomas. Ela pode ocorrer em forma aguda ou crônica e alguns dos tipos de hepatite podem ser prevenidos por meio de vacina. O diagnóstico precoce é essencial para o sucesso do tratamento.
O vírus da hepatite A normalmente é transmitido por contato pessoal e alimentos. Ele é altamente contagioso, mas a infecção é leve e costuma se curar espontaneamente em cerca de um mês. A hepatite A só existe na forma aguda, não podendo evoluir para quadros crônicos.
A segunda mais grave forma de hepatite, a infecção pelo vírus da hepatite B é transmitida por contato sexual ou sanguíneo. Silenciosa, a doença pode se desenvolver por 25, 30 anos sem sintomas e provocar quadros de cirrose, câncer de fígado e levar à morte. O tratamento não garante a cura da doença, mas permite ao paciente levar uma vida dentro da normalidade. Existe vacina contra o vírus ofertada gratuitamente na rede pública de saúde.
Forma mais grave da doença, a hepatite C é uma epidemia mundial, com cerca de 200 milhões de pessoas infectadas, cinco vezes mais que os portadores de HIV. A doença é a principal causa de transplantes de fígado e sua ocorrência pode desencadear cirrose e câncer de fígado. A hepatite C não é transmitida por via sexual e não possui vacina para preveni-la.
A infecção pelo vírus da hepatite D só ocorre entre pacientes já infectados pelo vírus da hepatite B. A ocorrência da infecção secundária é responsável por acelerar as complicações da hepatite B. Por outro lado, a vacina da hepatite B também protege contra o tipo D.
A hepatite E é epidêmica em regiões com baixo nível de saneamento básico, pois sua transmissão se dá exclusivamente por via digestiva (contato fecal-oral). A doença possui apenas forma aguda, mas podem haver complicações no caso de infecção de grávidas.
O vírus da hepatite G se transmite por via sexual, durante a gravidez e, principalmente, entre usuários de drogas injetáveis e pessoas que realizam transfusões de sangue. Em geral, a infecção se dá entre pacientes já infectados pelos vírus da hepatite B, C ou HIV.
A hepatite alcoólica ocorre em decorrência do consumo excessivo de álcool. A doença não é contagiosa e só existe em forma aguda. No entanto, ela constitui um dos primeiros passos para a cirrose alcoólica, uma das principais causas de morte associadas ao consumo de álcool.
A hepatite medicamentosa é a inflamação do fígado em decorrência do uso de certas classes de medicamentos. A doença está ligada principalmente ao uso de anabolizantes e contato com produtos tóxicos industriais. Paracetamol, estatinas e alguns antidepressivos são outros tipos de remédios que podem provocar hepatite medicamentosa.
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