O hipotireoidismo se caracteriza por uma insuficiência na atividade da glândula tireoide, responsável por secretar os hormônios T3 e T4. A tireoide se localiza no pescoço, logo à frente da traqueia. O hipotireoidismo pode ser uma doença congênita ou se desenvolver ao longo da vida. Mulheres acima dos 50 anos são as mais afetadas pelo problema.
Antigamente, uma das principais causas do hipotireoidismo - e de outras condições da tireoide - era a carência em iodo do paciente. Hoje em dia, no entanto, o sal vendido em supermercados recebe aporte de iodo, o que praticamente eliminou casos de bócio e hipotireoidismo provocado pelo déficit da substância no Brasil.
O hipotireoidismo provoca um quadro de desaceleração funcional do organismo. Assim, o paciente com hipotireoidismo tende a apresentar sintomas como cansaço, sonolência, perda de tônus muscular, dificuldades de concentração, bradicardia (redução do ritmo cardíaco), tendência à inatividade, ressecamento da pele e perdas de memória, entre outras ocorrências.
Existe também possibilidade de perda de cabelo e, principalmente entre as mulheres, redução do desejo sexual e ciclo menstruais bastante irregulares, que podem chegar a ser interrompidos por alguns meses.
O hipotireoidismo pode provocar ganho de peso no paciente devido à desaceleração do metabolismo, o que reduz o gasto calórico apesar do paciente ter um regime alimentar saudável e equilibrado. Além disso, portadores do hipotireoidismo têm maior tendência ao sedentarismo e a falta de prática regular de atividade física também não contribui para a perda de peso.
Como não há no Brasil deficiência congênita de iodo, a maior parte dos casos de hipotireoidismo congênito são causados pela ausência da glândula tireoide. O problema pode trazer graves consequências ao desenvolvimento físico e mental do bebê e, portanto, é essencial que o hipotireoidismo seja detectado ainda na gestação. Com o tratamento de reposição hormonal iniciado de forma precoce, o bebê não apresentará nenhum sintoma ou lesão neurológica.
Mulheres grávidas que tenham hipotireoidismo também colocam seus bebês em risco. Entre os problemas possíveis estão aborto espontâneo, anemia, pré-eclâmpsia e parto prematuro. Nas crianças, o problema pode causar malformações cardíacas, atraso no desenvolvimento mental e baixo peso ao nascer. Por isso, mulheres com a doença devem mantê-la controlada antes de engravidar e realizar exames de sangue regulares durante a gestação. Além disso, aquelas sem a doença podem desenvolvê-la ao longo da gravidez, o que exige também a realização de exames para checagem.
O tratamento do hipotireoidismo é feito por meio de terapia de reposição hormonal para que as funções do organismo voltem ao funcionamento normal. É necessário que o paciente faça visitas regulares ao médico para ajuste da dose e acompanhamento do tratamento.
O hipotireoidismo não tem cura. O tratamento deve ser realizado ao longo de toda a vida depois da doença ser diagnosticada e sua interrupção pode trazer consequências importantes para o paciente, em especial aqueles que sofrem de hipotireoidismo congênito.
Foto: © staras - Shutterstock.com