A azia é uma condição marcada por uma sensação de queimação na altura do esôfago, canal que leva a comida da boca até o estômago. A queimação pode se espalhar pelo peito, garganta e abdômen superior. Estima-se que cerca de 10% da população brasileira já tenha experimentado ao menos um quadro de azia durante a vida.
A azia é causada por uma dificuldade de fechamento do esfíncter do esôfago. Quando isso ocorre, a comida que já chegou ao estômago retorna ao esôfago. Junto ao alimento estão presentes os ácidos estomacais usados na digestão e estes ácidos irritam a mucosa do esôfago provocando a sensação de queimação.
O tratamento para a azia se baseia fundamentalmente em algumas mudanças de hábitos alimentares e outras ações. Deve-se buscar comer de maneira tranquila e em quantidades moderadas, mastigando repetidas vezes antes de engolir os alimentos e fazer as refeições em horários mais ou menos regulares. Também evite deitar após as refeições ou praticar exercícios físicos até uma ou duas horas após comer.
Os principais remédios para combater a azia são os antiácidos, que inibem a secretação de ácidos gástricos, como o omeprazol. No entanto, o uso de medicamentos contra a azia deve ser feito apenas em último caso e sob prescrição médica. A automedicação pode agravar o problema a longo prazo.
Alguns alimentos potencializam os sintomas da azia e aumentam seus riscos enquanto outros podem auxiliar a prevenir a ocorrência do problema. No primeiro grupo estão café, chá preto, refrigerantes, bebidas alcoólicas e comidas gordurosas e frituras. Por outro lado, alimentos como limão, maçã, arroz integral e chá de camomila podem ajudar na prevenção da azia.
A azia é uma ocorrência bastante comum durante a gravidez. Isso ocorre pois o aumento da produção do hormônio progesterona na gestação provoca, entre outros fatores, o relaxamento do esfíncter do estômago e a redução do ritmo da digestão. A combinação destes dois fatores aumenta o risco de azia. O problema normalmente se torna mais constante com o passar dos meses e o crescimento do bebê, que passa a pressionar os outros órgãos, tornando a digestão ainda mais lenta.
A ocorrência de azia constante - considerada como eventos semanais ou repetição por três dias seguidos - normalmente está associado a maus hábitos alimentares e não tanto a condições graves. Além disso, o tabagismo, estresse e distúrbios do sono aumentam os riscos da chamada azia crônica. Tal situação, no entanto, deve levar o paciente a procurar um médico gastroenterologista para uma análise mais aprofundada.
A azia deve levar o paciente a procurar um médico quando for associada a outros sintomas, como vômitos com sangue, fezes de cor preta ou vermelha, perda de peso não intencional, dificuldade para engolir e piora dos sintomas com uso de antiácidos.
Foto: © LarsZ - Shutterstock.com