Viagra feminino: ação e efeitos colaterais

Liberada pela Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora de alimentos e remédios dos Estados Unidos, em 19 de agosto, o flibanserin, primeira droga para estimular a libido da mulher, é alvo de muita polêmica no país desde sua introdução no mercado quanto ao preço, eficiência e forma de uso. Veja como funciona o chamado 'Viagra feminino'. Atualmente, o medicamento não tem registro e não é comercializado no Brasil.

Ação no corpo do Viagra feminino

Apesar do apelido de Viagra feminino, a droga flibanserin tem atuação no organismo completamente diferente dos estimulantes sexuais masculinos. Enquanto estes aumentam o fluxo sanguíneo para a região genital do homem, o estimulante feminino age sobre os neurotransmissores cerebrais. Em resumo, o Viagra e seus concorrentes aumentam a potência do homem enquanto o flibanserin aumenta o desejo sexual da mulher.

Indicação restrita do Viagra feminino

O Addiy, nome com o qual o remédio foi registrado nos Estados Unidos pelo laboratório farmacêutico Sprout, não promete, como fazem o Viagra e similares, melhora do desempenho sexual da mulher. A princípio, ele é indicado apenas para as mulheres que sofrem do Transtorno do Desejo Sexual Hipoativo (TDSH), condição neurológica que diminui ou mesmo elimina o interesse sexual da mulher. O uso do medicamento só deve ser feito mediante prescrição médica já que é preciso o diagnóstico do transtorno - e a consequente eliminação de causas externas da perda da libido - por um profissional capacitado.

Contraindicações do Viagra feminino

Produtos desenvolvidos e rejeitados anteriormente pela FDA tiveram como causa principal da negativa de comercialização os muitos efeitos colaterais envolvidos no uso da substância. Apesar de aprovado, o flibanserin também pode provocar quadros de náuseas, tonturas e desmaios. Além disso, médicos alertam para os riscos de exacerbar os efeitos colaterais se o medicamento for usado em associação ao uso de álcool.

Uso do Viagra feminino

De acordo com um informe do laboratório Sprout, o flibanserin deve ser usado diariamente pelas mulheres. No entanto, a própria farmacêutica afirma que o sucesso do produto não é garantido e que, portanto, seu uso deve ser interrompido em oito semanas caso o desejo sexual da mulher não melhore depois desse período.

Polêmicas do Viagra feminino

Pouco depois do lançamento do Addiy, o laboratório Sprout, criador do medicamento, foi vendido para a companhia Valeant International por 1 bilhão de dólares (R$ 3 bilhões). Pouco depois, a farmacêutica dobrou o preço do Viagra feminino, que passou a ser comercializado ao custo de 800 dólares (R$ 2.400, aproximadamente), o que reduziu as prescrições por médicos e a compra por mulheres. Além disso, a forma de uso do remédio, que deve ser tomado todos os dias e exige abstinência alcoólica, foi alvo de críticas. Por fim, muitas mulheres passaram a relatar efeitos colaterais mais intensos que os esperados e baixa eficácia do produto. Atualmente, o Addiy e a Valeant caíram em descrédito e não há expectativa de venda do remédio em outros países.

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