As mudanças climáticas modificam o meio ambiente, mas não apenas ele. Ao afetar o ar, a água potável, o aquecimento global repercute a longo prazo sobre a saúde humana.
As mudanças climáticas se traduzem principalmente pelo aquecimento da superfície terrestre. A Organização Mundial da Saúde (OMS) calcula uma alta da temperatura média em 0,85°C nos últimos 130 anos. O quadro deve se deteriorar nas próximas décadas. As consequências sobre o meio ambiente são consideráveis: derretimento das geleiras, elevação do nível dos mares, poluição do ar e da água e catástrofes naturais.
Os riscos de doenças respiratórias e cardiovasculares aumentam com o calor intenso e a poluição do ar. As altas temperaturas já vêm causando milhares de mortes nos últimos anos. Somente em 2003, por exemplo, 70 mil idosos morreram devido ao forte calor do verão europeu. A poluição também tem papel importante no aumento dos riscos, principalmente na maior ocorrência de crises de asma.
As mudanças climáticas e a alta da temperatura também afetam a flora, levando a florações mais abudantes e maior produção de pólen. Essa situação, por conseguinte, elevam os quadros de alergias entre populações com predisposição para crises alérgicas.
A alta da temperatura e da taxa de umidade favorece a propagação de parasitas e vetores de doenças, como o mosquito Aedes aegypti, que transmite dengue, zika e chikungunya, e o Anopheles, transmissor da malária.
Vírus como o da gripe não suportam temperaturas extremas e variações climáticas e, por isso, tendem a se desenvolver somente em períodos curtos do ano. Uma demarcação menos evidente das estações do ano pode fazer com que esse tipo de vírus se espalhe ao longo de todo o ano.
As pessoas mais expostas aos efeitos das mudanças climáticas sobre a saúde são aquelas que vivem em zonas isoladas dos países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos, sem infraestrutura de saúde. Crianças e idosos que apresentam doenças crônicas, além de indivíduos alérgicos, também correm risco maior.
Para limitar os efeitos negativos da desregulação climática sobre a saúde das populações, a OMS defende a prática de ações que diminuam as emissões de gases do efeito estufa, utilizando fontes de energia renovável e estimulando o uso do transporte público nas grandes cidades.
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