Hospitais e outros centros de saúde produzem uma grande quantidade de lixo por dia. O lixo hospitalar é algo perigoso e que deve ser descartado de maneira segura para evitar contaminações. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 15% do lixo hospitalar é perigoso por seu caráter infeccioso, tóxico ou radioativo.
Existem diferentes tipos de lixo hospitalar: infecciosos (contaminados por sangue ou outros líquidos corporais), anatômicos (tecidos, órgãos e líquidos corporais), objetos pontiagudos (principalmente seringas), produtos químicos, produtos farmacêuticos, lixo tóxico e radioativo. Há outros tipos de lixo hospitalar que não apresentam risco à saúde.
A OMS identifica que as principais fontes de lixo hospitalar perigoso são, além dos hospitais, laboratórios e centros de pesquisa (principalmente aqueles que desempenham testes com animais), cemitérios e centros de autópsia, bancos de sangue e serviços de coleta e estabelecimentos de cuidados para idosos.
O lixo hospitalar deve ter sua porção perigosa separada das não perigosas para que o descarte seja realizado de maneira segura, evitando contaminações do solo, ar e da população.
O lixo hospitalar pode provocar infecções em pacientes hospitalizados, profissionais de saúde, lixeiros e na população em geral. Micro-organismos resistentes a medicamentos também podem acabar sendo descartados em meio ao lixo hospitalar, o que traz risco de graves problemas de saúde pública. Outro grande perigo diz respeito aos materiais radioativos - usados em tratamentos do câncer, por exemplo - que também podem causar estragos importantes. Por fim, há risco adicional de poluição, intoxicação, queimaduras e cortes.
Agulhas e seringas trazem risco de cortes e infecção se não forem descartadas corretamente. Também existe risco de reutilização do material. Segundo a OMS, apenas em 2010 foram registrados 33.800 casos de infecção por HIV, 1,7 milhão de casos de hepatite B e 315 mil de hepatite C por seringas contaminadas e mal descartadas. Levantamento da OMS em 2015 mostrou que apenas 58% dos estabelecimentos médicos dispõem de sistemas de descarte correto do lixo hospitalar.
Segundo a OMS, o descarte incorreto de agentes patogênicos e poluentes no meio ambiente pode trazer efeitos nefastos sobre a saúde. A incineração mal feita do lixo hospitalar polui e intoxica quem trabalha nesse procedimento e a população em geral.
A OMS aponta que a falta de conhecimento sobre os riscos sanitários do lixo hospitalar, formação insuficiente dos gestores de estabelecimentos médicos, falta de sistema de eliminação de rejeitos, recursos financeiros e interesse são as principais causas pelo descarte mal feito do lixo hospitalar. A falta de regulamentação governamental também aumenta os riscos e piora as técnicas de descarte.
Para melhorar a situação e evitar doenças, a OMS recomenda uma gestão mais atenta e rápida dos rejeitos. Para isso, seriam necessários mais recursos financeiros, campanhas de sensibilização sobre os perigos do lixo hospitalar e adoção de boas práticas ambientais em estabelecimentos de saúde.
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