Hipertensão pulmonar: sintomas e tratamento

A hipertensão arterial pulmonar (HAP) é uma doença pulmonar grave e rara que se caracteriza pelo aumento da pressão nas artérias pulmonares. Este aumento ocasiona insuficiência no lado direito do coração. A HAP pode surgir em pessoas com ou sem antecedentes familiares desta doença. Há, porém, alguns fatores de risco que podem estimular sua aparição.

Sintomas da hipertensão arterial pulmonar

Os principais sinais clínicos da hipertensão arterial pulmonar são dispneia (dificuldade para respirar) ao realizar um esforço físico. Este sintoma se apresenta em 95% dos portadores da doença. Em alguns casos, a dispneia é acompanhada de hepatalgia (dor no fígado), edema nos membros inferiores e aumento de volume da artéria jugular.

Diagnóstico da hipertensão arterial pulmonar

O diagnóstico da hipertensão arterial pulmonar é feito através de alguns exames laboratoriais, como o doppler cardíaco transtorácico e o cateterismo cardíaco direito.

Tratamento da hipertensão arterial pulmonar

O tratamento da hipertensão arterial pulmonar deve ser feito ao longo de toda a vida do paciente.

Instruções ao paciente

É necessário informar ao paciente sobre a longa duração do tratamento, a gravidade da doença e a necessidade de seguir regras estritas de higiene. O paciente também precisa adotar uma dieta balanceada, com redução do consumo de sal.

Hábitos de vida

O paciente portador da hipertensão arterial pulmonar deve evitar esforços físicos, manter atividade física regular e de baixa intensidade - caminhadas diárias de 30 minutos, por exemplo -, buscar ajuda psicológica, evitar altitudes superiores a 1.000 metros. A gravidez de portadoras da HAP é contraindicada.

Tratamento medicamentoso

O tratamento medicamentoso inicial da hipertensão arterial pulmonar é feito com administração de epoprostenol por via intravenosa. Em caso de fracasso do tratamento inicial ou quadros muito graves da HAP, é preciso buscar outras terapias para a doença. O tratamento combinado consiste em uso oral de bosentan ou sildenafil associado a tratamento por inalação ou via subcutânea de epoprostenol. Além disso, há outros tratamentos possíveis como anticoagulantes, que podem ser utilizados em todos os pacientes, diuréticos, digitálicos e contraceptivos orais.

Tratamento não medicamentoso

Alguns tratamentos da hipertensão arterial pulmonar não exigem uso de medicamentos, tais como o oxigenoterapia, em caso de hipoxemia (insuficiência de oxigênio no sangue) grave; dispositivo intrauterino; atriosseptostomia (abertura na parede entre os átrios cardíacos); e transplante pulmonar em caso de fracasso indiscutível do tratamento medicamentoso.

Prevenção da hipertensão arterial pulmonar

As vacinas antigripal e antipneumocócica garantem proteção contra a ocorrência da hipertensão arterial pulmonar.

Cuidados a tomar

Pela gravidade da doença e necessidade de tratamento ininterrupto, é necessário realizar uma avaliação constante da eficácia do tratamento de maneira regular e indispensável prevenir possíveis complicações. Por conta disso, o paciente deve visitar seu médico para avaliações constantes. Em cada consulta, o médico deve avaliar o estado geral, nutricional e cardiorrespiratório do paciente, tolerância ao esforço físico, eficácia do tratamento, alimentação e estilo de vida do paciente. Anualmente, também é preciso realizar um cateterismo cardíaco ou ecografia cardíaca.

Complicações da hipertensão arterial pulmonar

Complicações cardiorrespiratórias em decorrência de uma HAP são as mais comuns. Entre elas estão aumento da insuficiência cardíaca direita, distúrbios do ritmo cardíaco e hemoptise. Também há complicações específicas vinculadas ao modo de administração dos medicamentos ou a fatores emocionais, psicológicos ou psiquiátricos.

Hipertensão pulmonar em recém-nascidos

Um feto, por não respirar ar, não precisa enviar sangue para os pulmões para que ele seja oxigenado. A circulação de fetos se dá pelas cavidades do coração, que são ligadas pelo forame oval e o ducto arterioso. No momento do parto, essas duas ligações se fecham e, por já estar respirando, o sangue do bebê começa a passar pelos pulmões.

Em casos de hipertensão pulmonar em recém-nascidos, no entanto, essas ligações não se fecham, o que reduz em grande medida o envio de sangue para os pulmões e, consequentemente, a oxigenação do sangue. Em recém-nascidos, a doença coloca em risco a vida do bebê e deve ser tratada com urgência.

Estas crianças precisam ser mantidas em ambiente com 100% de oxigênio e também é possível realizar tratamento com bicarbonato de sódio por via intravenosa. As duas técnicas, que podem ser combinadas, dilatam os vasos sanguíneos, elevando a oxigenação. Em geral, a hipertensão pulmonar surge em bebês pós-termo ou cujas mães tenham ingerido altas doses de aspirina durante a gestação.

Foto: © Liya Graphics - Shutterstock.com

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