A pancreatite diz respeito a uma inflamação do pâncreas, glândula abdominal responsável pela produção do suco pancreático, que atua no processo digestivo, e de hormônios cruciais para o bom funcionamento do organismo, como insulina e glucagon.
A pancreatite aguda se deve geralmente à formação de cálculos biliares ou consumo excessivo de álcool. Esses fenômenos podem provocar quadro de autodigestão do pâncreas pelas enzimas produzidas por ele. Além disso, a ela também pode ser efeito colateral de certos medicamentos. Mais raramente, a pancreatite aguda é idiopática, ou seja, sem causa definida.
A pancreatite aguda se manifesta por uma inflamação pancreática rápida. Seu principal sintoma é a dor muito forte na altura do abdômen e que pode irradiar para as costas. Em geral, as dores começam logo após a pessoa comer. A dor costuma estar associada ao inchaço do abdômen, náuseas, vômito, febre e aumento do ritmo cardíaco. A crises de pancreatite aguda costuma durar alguns poucos dias.
O tratamento da pancreatite aguda requer internação por dois ou três dias. A dor é aliviada com uso de anti-inflamatórios e, durante o período no hospital, o paciente recebe alimentação por via intravenosa. É necessário também combater as causas do problema, como abstinência em caso de alcoolismo e extração dos cálculos biliares.
A pancreatite crônica é geralmente causada por crises recorrentes de pancreatite aguda. Além disso, o consumo prolongado e excessivo de álcool pode provocar o problema, assim como condições hereditárias, cálculos da vesícula biliar, tabagismo e hipercalcemia (aumento do nível de cálcio no sangue).
Como no caso da pancreatite aguda, a principal manifestação da pancreatite crônica é a dor abdominal. Ela é normalmente acompanhada por indigestão e perda de peso por conta da má absorção dos alimentos.
A dor abdominal é tratada com medicamentos analgésicos ou anti-inflamatórios. De acordo com as causas da pancreatite crônica, o abandono do cigarro e do consumo de álcool são aconselhados, além de adaptações no regime alimentar. Em alguns casos, pode-se realizar uma cirurgia para drenagem das secreções pancreáticas e diminuição da frequência das crises.
A principal mudança a se fazer no regime alimentar em caso de pancreatite - aguda e, principalmente, crônica - é a redução do consumo de alimentos ricos em gordura. Desta forma, é importante evitar ou cortar a ingestão de carnes gordurosas frituras, doces e alimentos industrializados. Por outro lado, estão permitidos o consumo de cereais, laticínios e carnes magras, por exemplo. Por fim, bebidas alcoólicas devem ser cortadas.
É possível evitar a pancreatite prevenindo a aparição de cálculos biliares com a manutenção do peso normal. Também é essencial fazer consumo moderado de álcool, limitar o consumo de alimentos gordurosos e beber bastante água diariamente.
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