A síndrome complexa de dor regional, às vezes também chamada de algodistrofia, é uma condição dolorosa neuropática crônica surgida após uma lesão. Ela, em geral, afeta jovens adultos e a proporção de pacientes mulheres é até três vezes maior que os homens.
A síndrome complexa de dor regional é caracterizada por dores nas articulações oriundas de um traumatismo - lesão sobre um tecido mole, ósseo ou nervo. A dor experimentada pelo paciente é desproporcional à lesão original que provocou a síndrome e persiste por mais tempo. Esta doença é muito incapacitante, dolorosa e difícil de curar. Entorses e intervenções cirúrgicas são alguns dos traumas que podem desencadear esta síndrome.
Ela se manifesta por dor difusa e profunda, às vezes como uma queimadura e incapacidade funcional (diminuição dos movimentos ou impossibilidade de utilizar a área sensível, justamente em razão da dor). O paciente também pode apresentar quadros secundários, tais como queda de cabelo, edemas cutâneos, vermelhidão da pele, unhas quebradiças e sudorese. Por fim, as dificuldades de movimento e ação podem provocar quadros de depressão e ansiedade.
O diagnóstico é difícil de ser feito e geralmente realizado por eliminação, ou seja, após se descartar outros diagnósticos que encaixem nos sintomas do paciente. Os sinais clínicos são raramente tão significativos a ponto de estabelecer um diagnóstico certeiro. Os exames complementares são uma boa indicação, mas também insuficientes.
Os elementos apresentados pelo paciente que dão uma boa indicação quanto ao quadro de síndrome complexa de dor regional são: antecedente de traumatismo ou operação, dor exacerbada e persistente a qualquer estímulo, rigidez articular com diminuição da amplitude dos movimentos, desmineralização demonstrada por cintilografia óssea ou osteoporose visível na radiografia em estágios avançados.
O mais importante do tratamento da síndrome complexa de dor regional é iniciá-lo de maneira precoce, pois isso aumenta de maneira muito significativa as chances de sucesso. O tratamento se baseia em uma abordagem multidisciplinar, com uso de medicamentos para dor neuropática (corticoides, antidepressivos, anticonvulsionantes), analgésicos para alívio imediato das dores, sessões de fisioterapia, acupuntura e outros métodos de neuromodulação. Por fim, pacientes com sinais de distúrbios psiquiátricos provocados pela síndrome precisam de acompanhamento médico.
Não é possível prevenir a síndrome complexa de dor regional pois não se conhece as causas exatas do surgimento desta patologia. Por outro lado, sabemos que ela possui a tendência a desaparecer espontaneamente, geralmente nos dois anos que seguem a sua aparição, sem que ainda se saiba o porquê. Ela geralmente não deixa sequela a não ser quando dura mais de dois anos. Nestes casos, pode haver enrijecimento articular e fraqueza muscular, às vezes acompanhada de leves dores.
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