Responsável por milhares de mortes ao ano, a arritmia cardíaca e doenças relacionadas são muito frequentes em uma população com idade mais avançada. Eles se traduzem em batimentos mais lentos, mais velozes ou irregulares do coração, que geralmente precisa de equipamentos como estimulantes ou desfibriladores. A fibrilação atrial, ou auricular, é um dos problemas do ritmo cardíaco, atingindo cerca de 1% da população em geral e 10% das pessoas com mais de 80 anos.
A arritmia cardíaca corresponde a um problema no ritmo cardíaco, que pode ser benigno ou necessitar de tratamento específico. Quando o coração, em vez de se contrair de 60 a 80 vezes por minuto em batidas regulares, altera sua frequência, fala-se de arritmia. Essa patologia também acontece quando o coração bate menos de 60 vezes ou mais de 100 por minuto, sem causa aparente. Os principais tipos são arritmia extrassistólica, auricular ou ventricular, com batida muito antecipada, e fibrilação auricular ou ventricular, com contração rápida e desordenada do coração e estruturas atriais.
Muitas são as causas da arritmia cardíaca. As principais são estresse, fumo excessivo, ingestão excessiva de álcool ou café, patologias cardíacas ou pneumopatias como arteriosclerose (endurecimento das paredes das artérias e do coração), aterosclerose (depósito de gordura nas artérias), broncopatias e insuficiência coronariana. Entre outras causas, podem estar desidratação, ingestão de medicamentos diuréticos e envelhecimento.
A bradicardia surge quando o coração registra diminuição repentina e passageira do ritmo cardíaco, que chega a menos de 60 pulsações por minuto.
A taquicardia se caracteriza por aumento incomum do ritmo cardíaco, chegando a mais de 100 pulsações por minuto.
A arritmia extrassistólica atrial é a forma mais frequente de arritmia e, na maior parte dos casos, é benigna. Apresenta variações do ritmo cardíaco, fazendo com que o coração bata duas vezes mais velozmente, para, então, fazer uma pausa e retornar a seu ritmo normal.
Durante a fibrilação atrial, os átrios do coração se contraem de forma descontrolada e com sinais elétricos desordenados. Essa contração gera movimento rápido e irregular dos ventrículos e é algo danoso ao coração, podendo originar graves problemas cardiovasculares. Frequente nos idosos, pode terminar espontaneamente ou durar mais de sete dias, se for persistente.
Em caso de fibrilação ventricular, os ventrículos se contraem sem bombear sangue. Se a arritmia não cessa rapidamente ou com desfibrilação, pode ser irreversível. Essa forma de arritmia está, geralmente, presente em algumas doenças do coração como insuficiência coronariana e infarto.
A arritmia cardíaca não costuma gerar sintomas com frequência. No caso de arritmia extrassistólica, surgem alguns sintomas como palpitações ou sensação de que o coração está “saindo pela boca”, porém, geralmente esses indícios não significam risco para a vida do paciente.
Ao mesmo tempo, a fibrilação auricular passa despercebida até o exame com eletrocardiograma ou quando há alguma complicação. Já a fibrilação ventricular é responsável por sintomas agudos, como a atividade de administrar as contrações cardíacas que levam a pessoa a perder a consciência, sem não tratada a tempo.
Entre os sintomas comuns de arritmia podemos listar palpitações, vertigens, pulso lento ou muito rápido, redução da pressão sanguínea, dispneia, dores no tórax e edemas.
O primeiro aspecto considerado pelo médico serão os sintomas descritos pelo paciente. Na sequência, ele investiga os antecedentes familiares e hábitos diários. Alguns exames específicos confirmam o diagnóstico. São eles eletrocardiograma, que avalia as batidas cardíacas, Holter-ECG, dispositivo portátil com eletrodos para registrar as batidas cardíacas dentro de 24 horas, teste de resistência para avaliar o paciente durante atividades físicas, com ligação ao ECG e ultrassom cardíaco.
A arritmia cardíaca pode gerar embolia (obstrução das artérias) devido à presença de coágulos no sangue.
Os tratamentos são aplicados quando os sintomas se tornam constantes ou a arritmia pode gerar graves complicações, como desmaios. Primeiramente, deve-se avaliar o tipo de arritmia. No caso da extrassistólica, benigna e sem consequências graves, não é necessário tratamento. Entretanto, em caso de fibrilação ventricular, um tratamento urgente reduz as chances de morte na ausência de socorro rápido.
Em caso de fibrilação auricular, o tratamento é baseado em medicamentos anticoagulantes, já que a coagulação do sangue é o principal complicador do ritmo, gerando a embolia. De acordo com o tipo de contração gerado pelo átrio, avalia-se se o ritmo deve ser reduzido ou acelerado com medicamentos ou impulsos elétricos.
Quando surgem episódios de taquicardia, o médico pode prescrever medicamentos que regulam as batidas. Betabloqueadores de sódio, cálcio e potássio são alguns deles. Desfibrilar o paciente ou fazer a ablação do tecido cardíaco onde se manifesta a arritmia são medidas consideradas.
Nesses casos, implanta-se um marcapasso ou aplicam-se choques elétricos sobre o coração do paciente.
Para evitar esse tipo de problema cardíaco, é recomendado evitar a ingestão de açúcar e gorduras, praticar exercícios físicos, evitar o tabagismo, a ingestão excessiva de álcool, café ou chá, além da adoção de medidas para reduzir o estresse.
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