Síndrome de Guillain-Barré

A síndrome de Guillain-Barré é uma poliradiculonevrite inflamatória aguda, ou seja, uma inflamação de diversos nervos que surge subitamente e de maneira transitória provocando paralisia de membros e órgãos. É uma doença autoimune o que significa que ela é causada por um mecanismo de agressão desses nervos por anticorpos do próprio organismo. Esses auto-anticorpos são responsáveis pela destruição da mielina, substância situada em torno dos axônios, os longos prolongamentos dos nervos que permitem a propagação do fluxo nervoso. A patologia é geralmente causada por uma infecção viral surgindo nas duas semanas que precedem a aparição dos sintomas. Ela pode afetar pessoas de todas as idades ou ocorrer na forma congênita, quando o bebê nasce com essa condição.

Sintomas da síndrome de Guillain-Barré

A síndrome de Guillain-Barré aparece brutalmente em forma de deficiências motoras ou sensíveis que afetam os dois lados do corpo de maneira simétrica e em diferentes locais. Na maior parte do tempo, as manifestações se concentram nas pernas e os problemas dão a impressão de subir progressivamente para o alto do corpo. Classicamente, a síndrome de Guillain-Barré evolui em três etapas.

Na primeira, chamada de fase de extensão, a paralisia se estende por algumas semanas e geralmente vai se desenvolvendo de baixo para cima. Num segundo momento, denominado fase de estabilização, os sintomas se tornam estáveis, sem piora ou expansão para áreas do corpo não afetadas na primeira etapa. Na terceira e última fase, classificada de fase de recuperação, os sintomas se amenizam pouco a pouco e, na maior parte dos casos, os pacientes voltam à vida normal.

A duração total da patologia pode chegar a vários meses. A severidade da doença está nos locais onde a síndrome se manifesta, pois ao afetar órgãos do sistema respiratório pode levar a quadros graves e até mesmo ao óbito do paciente. O mesmo vale para órgãos do sistema digestivo. Além disso, durante o período de tratamento, é preciso evitar o risco de outras infecções.

Síndrome de Guillain-Barré e o vírus zika

O recente surto do vírus zika no Brasil pode estar ligado ao aumento no número de casos de pessoas com a síndrome de Guillain-Barré no país. Sem relação ainda confirmada pelos especialistas do Ministério da Saúde que vêm estudando a questão, o dado concreto é que os casos da doença dispararam, principalmente na Região Nordeste, de maneira similar ao ocorrido com a microcefalia, que já teve ligação com o zika garantida. A doença pode afetar pessoas infectadas pelo vírus ou bebês nascidos de mães que sofreram a infecção durante a gestação.

Diagnóstico da síndrome de Guillain-Barré

Para realizar o diagnóstico da síndrome de Guillain-Barré, o médico questiona o paciente sobre seus antecedentes médicos, além do seu estado recente de saúde. Ele procederá em seguida a um exame clínico para avaliar a intensidade e a localização dos problemas neurológicos.

Na sequência, alguns exames laboratoriais podem ser prescritos pelo profissional, como o eletromiograma, para testar a resposta muscular aos fluxos nervosos ou a atividade espontânea, e a punção lombar, amostra de líquido encéfalo-raquidiano na medula espinhal.

Tratamento da síndrome de Guillain-Barré

A síndrome de Guillain-Barré deve ser tratada rapidamente. Em casos mais brandos da doença ou quando o diagnóstico é feito de modo mais precoce, o paciente deve receber injeções de imunoglobulina ou passar por uma plasmaferese, técnica utilizada para modificar os componentes do plasma sanguíneo.

Nos casos mais graves, os pacientes são intubados e/ou alimentados por sondas gástricas para evitar os problemas graves de respiração ou deglutição quando órgãos dos sistemas respiratório e digestivo, respectivamente, são paralisados. Uma vez que o estado de saúde do paciente melhore, sessões de fisioterapia são prescritas para permitir uma melhor recuperação.

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