A prisão de ventre é uma desordem digestiva caracterizada por uma frequência insuficiente de defecações, dificuldade para evacuar (vontade de evacuar não concretizada, evacuações incompletas, evacuações que requerem muito tempo) ou ambas as causas reunidas.
A conversa com o médico, o exame clínico e o exame biológico permitem diagnosticar a prisão de ventre. Durante a conversa, o médico buscará saber se o paciente evacua menos de três vezes por semana, se as fezes são duras e se há dificuldades para evacuar.
No exame clínico são feitos quatro testes. O exame proctológico realizado em repouso e durante a contração. Exame do períneo posterior para detectar possíveis fissuras ou dilatações do ânus, prolapso retal, restos de fezes (incontinência fecal), doença hemorroidal, entre outros.
Na sequência, será feita um exame neurológico se houver suspeita de causa neurológica. E, por último, o toque retal para detectar fezes consistentes na ampola retal, sangue no dedo utilizado, tumor palpável, dor localizada, tônus muscular do esfíncter e relaxamento dos músculos do assoalho pélvico devido ao esforço realizado.
Para confirmar o diagnóstico, o médico também deve realizar um exame biológico. Os testes mais indicados são análise de glicemia, TSH e creatinina. Também é aconselhável um exame de sangue se a prisão de ventre persistir após o início do tratamento ou casa haja suspeita de uma doença orgânica como causa do problema.
De maneira alternativa, podem ser feitos exames como a colonoscopia - em pacientes com mais de 50 anos e/ou com suspeita de doenças orgânicas e sinais de alerta. Por fim, é possível a realização de lavagens com contraste para quando a colonoscopia estiver contraindicada.
É necessário detectar se a prisão de ventre se deve a uma causa orgânica ou ingestão de certos medicamentos durante o processo de diagnóstico.
A probabilidade de sofrer prisão de ventre é maior em mulheres e aumenta com a idade. O consumo de muitos medicamentos, dieta inapropriada e pobre em fibras, transtorno psiquiátrico e abuso sexual também são fatores de risco da prisão de ventre.
Um dos efeitos da prisão de ventre sobre a saúde é a aparição de doenças hemorroidais devido ao esforço que se realiza para evacuar e o aumento da pressão do esfíncter anal. A prisão de ventre também pode causar incontinência fecal.
É importante ir ao banheiro sempre que sentir vontade de evacuar, de preferência estabelecendo um horário de evacuação, o que condiciona o organismo a trabalhar. Dedique tempo suficiente às evacuações e procure manter a privacidade visual, auditiva e olfativa.
Tente comer mais fibras durante as refeições - algo em torno de 15 a 40 gramas -, consumindo-as duas vezes ao dia para evitar gases. Prefira fibras de cereais, pão integral, verduras, frutas secas e lentilha.
Também é possível tratar a prisão de ventre com o uso de laxantes osmóticos (à base de fibras) e estimulantes. Já se existe suspeita de causa psiquiátrica para o problema, é importante o acompanhamento de um especialista. O consumo aumentado de água e a prática regular de exercícios físicos não possui eficácia comprovada para o tratamento da prisão de ventre.
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