A bulimia nervosa é uma desordem ou transtorno alimentício que provoca necessidade de comer de forma compulsiva para depois forçar o vômito com o objetivo de eliminar do organismo tudo que foi ingerido. Além do transtorno, a bulimia é, antes de tudo, um problema de saúde mental que afeta a forma como o paciente percebe sua própria figura. Tanto a bulimia quanto a anorexia tem alta incidência em adolescentes, principalmente do sexo feminino.
Os vômitos frequentes fazem com que os ácidos estomacais entrem em contato com os dentes, provocando desgaste e podendo levar inclusive a sua queda. Além disso, as glândulas salivares se incham e a língua fica seca e mais vermelha.
O vômito em excesso também irrita a garganta, causando dores no momento de ingerir a comida, e provoca desidratação. A perda de líquidos, inclusive, também aumenta a frequência de casos de diarreia, gastroenterite e outros problemas intestinais.
A bulimia nervosa origina alterações do ritmo cardíaco (arritmia, hipotensão e prolapso da válvula mitral) como consequência da carência de potássio no organismo devido aos contínuos vômitos e abuso de laxantes. A pressão sanguínea dos bulímicos é mais baixa que o habitual por conta da contínua desidratação.
Além disso, o esforço para provocar os vômitos causa o rompimento de pequenos vasos sanguíneos no rosto e pescoço que se tornam pontos vermelhos na pele. Também são comuns hemorragias na conjuntiva dos olhos. Por fim, alterações neurológicas também estão ligadas à bulimia. As mais comuns são atrofia cerebral e crises epilépticas.
Quando a bulimia dura muito tempo sem tratamento adequado podem surgir transtornos gastrointestinais importantes, úlceras no esôfago pela acidez do suco gástrico e calosidades nas mãos também provocado pela acidez que passa pelo dedo no momento de se forçar o vômito. Problemas renais vinculados à desidratação também podem ocorrer, bem como desequilíbrios hormonais que, nas mulheres, causam irregularidades menstruais.
A necessidade de expulsar comida após as refeições gera sentimentos de insegurança, baixa autoestima e culpa entre os portadores de bulimia. A doença é especialmente perigosa em adolescentes pois os efeitos psicológicos tendem a ser mais intensos e provocar inclusive quadros de depressão. Abuso de drogas e tentativas de suicídio também ocorrem com maior frequência entre bulímicos, assim como fobias sociais e alterações de personalidade. Por fim, os bulímicos experimentam sensações de pânico e ansiedade e sofrem com distúrbios do sono.
A bulimia apresenta sequelas pulmonares e estomacais. As primeiras são provocadas pela aspiração de alimentos ao vomitar que podem causar ronco crônico e infecções pulmonares. Já os problemas estomacais, como dilatação e rompimento do órgão, estão relacionados à ingestão excessiva de comida e o esforço para vomitar.
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