O mieloma múltiplo corresponde ao câncer das células plasmáticas da medula óssea. Os plasmócitos são leucócitos (glóbulos brancos) responsáveis pela produção de imunoglobulina (anticorpos). O mieloma recebe o nome de múltiplo, pois os tumores podem estar presentes em todas as regiões onde a medula óssea é ativa, tais como crânio, caixa torácica e pélvis. É possível também que o tumor se expresse na forma de perdas ósseas. O mieloma surge normalmente a partir dos 60 anos e afeta mais homens negros.
Os sintomas mais frequentes do mieloma múltiplo são os danos ósseos, como quadros de osteoporose, fraturas, colapsos e perdas ósseas. Além disso, ocorre aumento da concentração de cálcio no sangue, anemia, problemas renais e baixa imunológica.
A hipercalcemia (aumento do nível de cálcio no sangue) pode causar uma série de complicações ao paciente, como alterações do estado mental, dor de cabeça, fadiga extrema, dor abdominal, vontade frequente de urinar. Em quadros muito graves da condição, ela pode inclusive levar o paciente ao coma.
O diagnóstico do mieloma múltiplo requer ao menos dois resultados positivos dentre os seguintes exames: concentração de plasmócitos entre 20% e 30%, raio-X apontando perda óssea em três ou mais ossos, concentração acima do normal de imunoglobulina e biópsia comprovando presença de tumor nas células plasmáticas.
O tratamento do mieloma múltiplo é bastante complexo e particularidades do paciente devem ser levadas em conta pelo especialista na definição de qual linha terapêutica seguir. Em geral, é receitado o uso de bortezomibe, às vezes combinado com outras drogas. Além disso, é necessário atuar para a estabilização do estado de saúde do paciente, combatendo perdas ósseas, quadros de anemia e possíveis problemas renais.
Pacientes com menos de 65 anos também podem ser aconselhados a armazenar células-tronco pela possibilidade futura de transplante. O acompanhamento do paciente deve ser contínuo para avaliação médica dos efeitos da terapia selecionada.
O mieloma múltiplo é uma doença que não tem cura. No entanto, a gama de tratamentos à disposição atualmente pode garantir uma vida normal ao paciente e promover a chamada cura funcional, quando há remissão completa da doença por mais de quatro anos.
De acordo com o grau de desenvolvimento da doença no momento do diagnóstico, o mieloma múltiplo é dividido em três estágios. Em caso de diagnóstico no estágio 1 (precoce), a média de sobrevida é de cinco anos. No estágio 2, a média cai para três anos e meio e, no último estágio, para apenas dois anos e meio.
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