O autismo se refere, desde a publicação da quinta versão do Manual de Saúde Mental da Associação Americana de Psiquiatria em 2013, aos transtornos do espectro autista. Tal classificação diz respeito a uma série de condições, a maior parte delas iniciada já na infância e que acompanham o paciente por toda a vida.
Entre os tipos de autismo destacam-se a síndrome de Asperger, o transtorno autista, o transtorno desintegrativo da infância e o transtorno generalizado do desenvolvimento não-especificado. Estas condições compõem o que chamamos de Transtornos do Espectro Autista (TEA).
A síndrome de Asperger também é classificada como autismo leve. Pacientes afetados por essa doença são capazes de se comunicar, mas também apresentam dificuldades neste campo, bem como em questões de aprendizado e socialização. Apesar de não ter sintomas tão graves como outras formas da doença, o portador de autismo leve também necessita de acompanhamento médico, uso de remédios e cuidados aproximados para se desenvolver da melhor maneira possível.
Há cerca de três anos, jornais começaram a noticiar que o jogador de futebol argentino Lionel Messi era portador da síndrome de Asperger. A suspeita baseava-se em movimentos repetitivos - uma das características da condição em muitos pacientes - que o atleta realizava dentro e fora de campo. O diagnóstico, no entanto, foi negado pelo atleta.
O principal sintoma do autismo é a dificuldade de comunicação e socialização. Além disso, o paciente pode apresentar deficiência intelectual, problemas de coordenação motora, distúrbios do sono e execução de movimentos repetitivos. O autista também pode apresentar sensibilidade sensorial, isto é, um ou mais dos cinco sentidos são mais ou menos aguçados.
Por fim, transtornos do espectro autista podem estar associados a outras doenças, tais como déficit de atenção, hiperatividade e dislexia. Portadores de autismo têm risco aumentado de desenvolver ansiedade e depressão. Pela gama de transtornos possíveis, o autismo é caracterizado por uma variação enorme da intensidade dos sintomas de pessoa para pessoa.
Uma das principais preocupações de mães e pais de crianças com autismo é quanto à educação. Em geral, o autista possui dificuldade de aprendizado, já que, para tanto, são necessárias habilidades de fala, interação e cognição que podem ser deficitárias entre os portadores dos transtornos.
No entanto, crianças autistas são tão capazes de aprender quanto todas as demais e devem ser matriculadas em escolas de ensino regular. Elas precisam de maior atenção de professores e responsáveis para alcançar seus objetivos dentro do seu tempo de desenvolvimento.
O tratamento de transtornos do espectro autista deve se basear no estímulo ao desenvolvimento das capacidades da criança. As intervenções devem atuar sobre a comunicação, interação social e desenvolvimento de novas habilidades do paciente. Tanto nesta quanto em outras etapas do tratamento, a participação e treinamento dos pais é essencial.
O tratamento do autismo também deve ser complementado com uso de terapia cognitivo-comportamental que, segundo estudos científicos recentes, garante melhora em 78% dos pacientes autistas de 7 a 11 anos. Além disso, o uso de medicamentos para sintomas-alvo, como irritabilidade, hiperatividade, insônia, sintomas obsessivos, ansiedade e depressão.
É fundamental também que o tratamento seja iniciado tão logo se tenha o diagnóstico da doença. Quanto mais cedo ele começar, maiores serão as chances de melhora do paciente.
Foto: © Dmitry Lobanov - 123RF.com