A mastectomia corresponde a uma cirurgia para retirada do seio que ocorre geralmente por conta de um câncer de mama. Além do caráter biológico, a mastectomia apresenta grandes consequências psicológicas para a mulher.
A operação causa uma dupla situação de crise pelo risco da intervenção cirúrgica e pela mutilação de um órgão ligado a valores existenciais da mulher devido à carga simbólica depositada, na maioria das culturas, sobre o peito da mulher.
Após uma mastectomia, as relações interpessoais da mulher podem se deteriorar por conta de um quadro depressivo como pelas reações às vezes pouco adequadas do parceiro e do restante da família. O medo do rechaço do parceiro também pode afetar a condição psicológica da mulher.
Esta situação pode se agravar ainda mais quando a mulher adota condutas negativas que podem se expressar através de manifestações regressivas e pueris ou agressivas com as pessoas do seu convívio. Por isso, a paciente mastectomizada deve receber cuidados psicológicos e a família precisa estar envolvida neste processo através de um programa de atenção integral.
É importante que o pessoal de saúde encarregado do tratamento aporte o máximo de informações e apoio à mulher. Em muitos casos, o ajuste emocional posterior à mastectomia garante que a mulher enfrente este momento com o mínimo de problemas.
De acordo com estudos científicos, 25% das mulheres que passam por uma mastectomia têm ideias suicidas e a mesma proporção sofre piora da satisfação sexual. Em geral, a descoberta do tumor é um momento de maior abalo psicológico do que o pós-operatório da mastectomia.
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