O lúpus é uma doença rara e potencialmente grave que afeta principalmente as mulheres (90% dos casos). Ela é caracterizada como doença autoimune pois é provocada por falhas no sistema imunológico que fazem com que os anticorpos - responsáveis pela defesa do organismo - se voltem contra as células saudáveis do indivíduo e ocasionando uma vasta gama de problemas.
Atualmente, ainda não se sabe o que faz com que o sistema imunológico de algumas pessoas passe a atuar contra o organismo e não em sua defesa. O fator hereditário é importante, porém não determinante. Assim, não necessariamente a filha de uma mulher com lúpus terá a doença.
O lúpus não é uma doença contagiosa e não é transmitida de pessoa para pessoa. Ele é uma condição cujos mecanismos que o desencadeiam ainda não estão bem compreendidos pela medicina. No entanto, não há nenhuma possibilidade de alguém contrair lúpus de outra pessoa.
Existem dois tipos principais de lúpus: o lúpus cutâneo ou eritematoso, que se manifesta apenas pelo surgimento de manchas avermelhadas pelo corpo, e o lúpus sistêmico, que afeta órgãos internos do paciente. Existem também os casos de lúpus eritematoso sistêmico, no qual ambos os sintomas ocorrem.
Alguns sinais indicam a presença de lúpus. Se ao menos quatro destes sintomas se apresentarem na mulher o diagnóstico da doença é praticamente assegurado. Os 11 critérios a observar são úlceras na boca, inflamação da mucosa bucal, lesão epitelial no nariz e ao longo do rosto, fotossensibilidade, dores articulares (principalmente nos membros superiores), lesão renal, lesão cerebral, pericardite, pleurite, disfunções imunológicas e leucopenia (redução da quantidade de glóbulos brancos no sangue).
O tratamento do lúpus é feito com base no uso de medicamentos da classe dos corticoides e imunossupressores. Em geral, utiliza-se a técnica do pulso terapêutico na qual a mulher é hospitalizada para receber uma grande quantidade do remédio por via endovenosa. O tratamento também passa pelo controle dos sintomas, especialmente se houver lesão renal e/ou cerebral, condições mais graves associadas ao lúpus.
O lúpus não tem cura. Por ser uma doença crônica, ela exige tratamento pelo resto da vida da paciente. No entanto, os tratamentos atuais podem garantir uma vida normal à paciente. Além disso, a mulher deve manter uma alimentação balanceada, realizar atividade física regular e evitar a exposição intensa à luz do sol.
Mulheres com lúpus encontram sérias dificuldades para engravidar, pois ela produz anticorpos que provocam os chamados abortos de repetição. A ocorrência de sucessivos abortos, aliás, também é um indício da doença. Além disso, uma gestação pode agravar o quadro da doença.
O uso de anticoncepcionais por mulheres com lúpus deve ser moderado e feito sob rígida supervisão médica pois o hormônio estrogênio, utilizado nas pílulas, pode desencadear surtos da doença e agravar lesões já experimentadas pela paciente.
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