As pedras na vesícula ou cálculos biliares são acúmulos sólidos de bile cristalizada. Essa patologia é mais frequente em mulheres que em homens. As pedras são formadas pelo depósito de matéria sólida na vesícula, tais como colesterol e proteínas.
A vesícula biliar é um órgão em forma de pera localizada logo abaixo do fígado. Ela armazena a bile, líquido produzido pelo fígado para digerir gorduras. Quando o estômago e o intestino digerem os alimentos, a vesícula biliar libera a bile através de um tubo denominado duto colédoco para que ela também atue no processo de digestão.
Entre os fatores de risco de pedras na vesícula estão obesidade e altos índices de albumina no sangue. Os cálculos biliares costumam surgir por conta de alterações metabólicas na bilirrubina, colesterol ou algum ácido biliar.
Existem três tipos de cálculos biliares possíveis: cálculos de colesterol, cálculos pigmentares e cálculos mistos. Os primeiros se formam pela saturação da bile pelo colesterol. Uma série de fatores pode intervir para provocar estes cálculos. Eles podem estar tanto associados à elevação do colesterol quanto à redução da concentração de ácidos biliares.
Já os cálculos pigmentares têm sua origem na sobrecarga de bilirrubina no corpo. Os fatores de risco para o aumento dessa taxa são gênero feminino, ter mais de 40 anos, ter muitos filhos, sobrepeso e pele clara. Por fim, os cálculos mistos são aqueles compostos por uma mistura de colesterol, pigmentos biliares e sais de cálcio.
Os sintomas de inflamação da vesícula aparecem quando os cálculos se movimentam dentro da vesícula. A mudança de posição provoca inflamação ou obstrução dos dutos colédocos. O aumento da pressão no duto provoca dores muito intensas que irradiam para costas e ombro direito. Náusea, arrotos e vômito são os outros sintomas possíveis.
Pacientes com pedras na vesícula devem evitar carnes vermelhas, frituras e gorduras saturadas. Por outro lado, a dieta deve incluir maior quantidade de frutas e verduras. O regime alimentar deve ser pobre em gorduras e com consumo reduzido de ovo, cebola, condimentos apimentados e produtos com glúten. As principais frutas e verduras para consumo são maçã, uva, figo, melão, pera e mamão, alpem de vegetais como beterraba, alcachofra, rabanete e batata.
Nos casos em que o paciente apresenta os sintomas característicos e exames comprovam a presença de pedras na vesícula, a cirurgia é necessária. O procedimento é chamado de colecistectomia e consiste na retirada das pedras presentes no órgão. A cirurgia também é recomendada quando o paciente já apresenta alguma complicação decorrente dos cálculos, tais como obstrução da via biliar, pancreatite biliar ou colecistite.
Alguns médicos defendem que pacientes com cálculos biliares mas sem sintomas não devem ser operados pelos riscos do procedimento. No entanto, a maioria dos especialistas acredita que mesmo pacientes assintomáticos devem passar pela cirurgia de retirada das pedras na vesícula pela certeza de que, em algum momento, os sintomas e complicações irão aparecer.
Se as pedras na vesícula são pequenas, algumas ações podem prevenir a formação de novos cálculos, aliviar os sintomas e evitar uma cirurgia. Os alimentos indicados para melhorar o fluxo da bile são beterraba, cúrcuma, alcachofra e folhas de dente-de-leão. O azeite de oliva também é indicado para melhorar a secreção biliar. No entanto, o tratamento natural dos cálculos deve ser feito sob acompanhamento médico e quando não há indicação de cirurgia.
Um dos grandes riscos associados à presença de pedras na vesícula biliar é o câncer de vesícula. Estudos recentes comprovaram que um dos principais fatores de risco para este tipo de câncer é a permanência destas pedras por tempo prolongado dentro da vesícula. Por este motivo, muitos médicos recomendam a realização de cirurgia tão logo o cálculo seja detectado.
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