A meningite é a inflamação das membranas que recobrem o sistema nervoso central, chamadas de meninges. Enquanto as meningites de origem viral são relativamente frequentes e benignas, a origem bacteriana da doença é mais rara, mas potencialmente mortal.
Diferentes agentes infecciosos podem estar implicados na aparição de uma meningite. A inflamação pode ter origem viral. Os vírus estão relacionados a 70% dos casos de meningite e esta forma da doença é geralmente benigna.
Já a meningite bacteriana é menos frequente e mais grave, podendo comprometer o prognóstico vital do paciente. Em alguns casos, a meningite bacteriana apresenta sinais neurológicos idênticos a um quadro de encefalite, sendo chamado de meningoencefalite. Em casos muito raros, um parasita pode ser o causador da meningite.
Todas as formas de meningite têm como sintomas febre alta, dores de cabeça intensas, vômitos, limitação da elevação dos membros inferiores (sinal de Kernig) e flexão involuntária das pernas durante a flexão da nuca (sinal de Brudzinski). No entanto, o sinal clínico mais marcante da meningite é a rigidez da nuca. De maneira geral, pacientes com meningite não são capazes de, deitados, colar o queixo ao peito.
A idade é o principal fator de risco da meningite, com bebês e idosos correndo maiores riscos em caso de ocorrência da doença. Debilidades do sistema imunológico e passar longos períodos em ambientes fechados também aumentam as chances de contaminação.
A meningite meningocócica é causada por um germe presente na garganta que é transmitido exclusivamente pela inalação de gotículas de saliva projetadas no ar pelo nariz ou garganta de uma pessoa infectada. A contaminação com esta forma da doença, portanto, exige contato aproximado com o portador do germe.
Existem vários tipos de meningococo, como B e C, na maioria dos casos, e A e W135, mais raros. A meningite meningocócica é uma patologia grave e que necessita de tratamento de urgência pelo risco à saúde do paciente.
A meningite pneumocócica é causada pela bactéria Streptococcus pneumoniae (também chamada de pneumococo). O modo de contaminação é similar ao da meningite meningocócica, mas também pode ocorrer por contato com objetos contaminados por secreções respiratórias.
A meningite pneumocócica é mais comum durante os períodos mais frios do ano e afeta principalmente bebês, crianças até cinco anos e idosos. Um traumatismo craniano ou cirurgia otorrinolaringológica também são fatores de risco para a transmissão desta forma de meningite.
Numerosos tipos de germes podem estar relacionados com a aparição da meningite, como o bacilo de Koch, Haemophilus influenzae, estreptococos do grupo B, Escherichia coli, Listeria monocitogenes e estafilococos, este normalmente contraído por infecção hospitalar, depois de cirurgia especialmente.
Alguns sinais de alerta de uma meningite são púrpura (manchas vermelhas) repentina, febre, transtornos respiratórios, sensibilidade excessiva à luz, mãos e pés frios, palidez, choque séptico e quadro de confusão, agitação, convulsões e transtornos de consciência, chamado de síndrome encefalítica.
Em caso de presença de alguns dos sintomas ou sinais mencionados neste artigo, deve-se chamar pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), no disque 192, para remoção imediata do paciente para uma unidade de saúde e início do atendimento.
A efetuação de uma punção lombar permite confirmar o diagnóstico a partir da análise de uma amostra do líquido cefalorraquidiano. Uma tomografia também pode ser indicada em casos de presença de sinais neurológicos e que possam ser indício de complicações intracranianas.
A meningite bacteriana exige tratamento com antibióticos. A determinação sobre qual medicamento utilizar deve ser feita pelo médico especialista com base nos resultados obtidos pela punção. Outras infecções - por vírus e parasitas - têm formas de tratamento distintas, porém sempre baseadas no uso de medicamentos.
Se não for tratada rapidamente, a meningite pode provocar a morte do paciente e algumas outras complicações, tais como septicemia (infecção generalizada ou sepse), estado de coma, transtornos de memória, paralisia dos nervos cranianos, transtornos de comportamento, retardo mental e epilepsia.
Algumas vacinas atualmente disponíveis de graça no calendário de vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS) protegem contra determinadas formas da meningite. A vacina pentavalente confere proteção contra meningite causada pelo bacilo H. influenzae do tipo B. A vacina meningocócica conjugada imuniza a criança contra a meningite meningocócica do grupo C. Por fim, a vacina pneumocócica conjugada protege contra a forma da doença provocada pelo S. pneumoniae.
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